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Foto: Cedida pela pesquisadora
Estudo calcula danos causados pela liberação da mineração em floresta protegida na Amazônia
Além da implantação das minas, construção de estradas de acesso potencializa danos causados à vegetação nativa em região localizada entre Amapá e Pará
Um modelo para estimar o impacto da abertura de áreas protegidas de floresta para implantação de projetos de mineração é proposto em pesquisa da Escola Politécnica (Poli) da USP. O trabalho avaliou os planos da Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), localizada entre os Estados do Amapá e Pará, na Amazônia, com área de 47.000 quilômetros quadrados (km²) e calculou que a liberação da mineração levaria, em 30 anos, a perda de 7.626 km² de florestas apenas com a construção de estradas de acesso às minas. O estudo mostra que os danos à mata nativa afetam de diversas formas os ecossistemas, sugerindo o estabelecimento de áreas estratégicas de preservação, com mineração proibida, além de medidas como a implantação mais criteriosa das estradas. A pesquisa é descrita no artigo Strategic planning to mitigate mining impacts on protected areas in the Brazilian Amazon, publicado pela revista científica Nature Sustainbility em 28 de julho.
Juliana Siqueira Gay – Foto: Reprodução/ Poli-USP
Os resultados do estudo mostram a importância da proteção da paisagem para evitar e minimizar os impactos nas florestas e ecossistemas, afirma Juliana. “A abertura de todas as áreas protegidas na região resultaria na perda de 183 km² de floresta resultante diretamente da abertura de novas minas”, ressalta. “Isso corresponde à mais da metade de toda área de mineração industrial do estado do Pará, que é hoje o estado com a maior cobertura de mineração da Amazônia, segundo dados do Mapbiomas, com 337 km² em 2020”. O MapBiomas é uma rede de ONGs, startups de tecnologia e universidades que mapeia as mudanças do uso da terra no Brasil a fim de estimular a conservação e desse modo enfrentar as mudanças climáticas.
Desmatamento
Foto: Cedida pela pesquisadora
Após defender a tese de doutorado na Poli, em maio de 2021, a engenheira trabalha como gerente de projetos no Instituto Escolhas e continua lidando com mineração na Amazônia e desmatamento.
Mais informações: e-mail siq.juliana@gmail.com, com Juliana Siqueira-Gay
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