“Esculturas oceânicas em miniatura” dão prêmio de fotografia a cientista da USP

Imagem dos animais marinhos ganhou primeiro lugar em uma das categorias do Prêmio de Fotografia – Ciência & Arte do CNPq

 26/04/2019 - Publicado há 6 anos

 

 

Briozoários: esculturas oceânicas em miniatura – Foto: Karine Nascimento/CNPq

 

A pós-graduanda Karine Bianca Nascimento, do Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da USP, ganhou o primeiro lugar na categoria Imagens Produzidas por Instrumentos Especiais (Ópticos, Eletromagnéticos e Eletrônicos) da oitava edição do Prêmio de Fotografia – Ciência & Arte do CNPq.

A premiação foi criada em 2011 e tem como principal objetivo incentivar a produção de imagens relacionadas à temática de Ciência, Tecnologia e Inovação. Nas sete edições anteriores, 60 trabalhos oriundos de todas as regiões do Brasil foram premiados.

A imagem, intitulada pela autora como Briozoários: esculturas oceânicas em miniatura, mostra parte de uma colônia de briozoários fotografada com o auxílio de um microscópio eletrônico de varredura, equipamento que produz imagens com considerável profundidade de campo.

Os briozoários são animais marinhos que geralmente vivem fixados ao substrato e são facilmente confundidos com algas ou corais. Na foto, a espécie Beania pulchella é vista com um aumento de 50 vezes. Esta espécie, raramente encontrada, só havia sido registrada duas vezes, uma em 1929 e uma em 1943, em pequenas ilhas ao norte da Nova Zelândia, e imagens como esta não haviam sido apresentadas para a comunidade científica até então. A colônia é arranjada por indivíduos (as estruturas verticais alongadas na foto) que se mantêm unidos entre si através de conexões tubulares (não visíveis) por onde trocam nutrientes. Os espinhos protegem as partes moles e delicadas de cada indivíduo contra predadores. Alguns destes possuem um “capuz”, estrutura na qual as larvas são incubadas antes de estarem prontas para saírem nadando em mar aberto, onde, em tempo apropriado, encontrarão um substrato para se fixar e dar origem a uma nova colônia.

Durante o período de incubação, as larvas recebem alimento do “indivíduo-mãe”, em um sistema parecido com o placentário encontrado nos mamíferos.

A imagem foi feita em 2016 no National Institute of Water and Atmospheric Research, instituto de pesquisa na Nova Zelândia, durante um período em que a pesquisadora estudou a coleção científica de briozoários de lá.

“O que me alegra, além de ganhar o prêmio em si (claro!), é ver a imagem de animais que eu venho trabalhando há anos ser divulgada para a comunidade não científica. Esse é um grupo geralmente pouco conhecido até mesmo para biólogos e imagens como essas ficam restritas a pesquisadores que trabalham com esses organismos”, conta a pesquisadora.

Karine vem participando e desenvolvendo pesquisas com briozoários no Cebimar desde 2011. Agora está finalizando seu doutorado, com orientação do professor Álvaro Migotto, no qual redescreve espécies que haviam sido pouco estudadas e descreve espécies ainda não conhecidas para a ciência, principalmente com o auxílio de equipamentos que permitem fazer imagens como esta e ver detalhes nunca antes observados.

Na mesma categoria em que Karine ganhou o primeiro lugar, Imagens Produzidas por Instrumentos Especiais (Ópticos, Eletromagnéticos e Eletrônicos), Lienne Silveira de Moraes, da Universidade Federal do Pará (UFPA), ficou com a segunda colocação por sua foto Buquê de Leishmania, e em terceiro lugar, Rogério Ribeiro Marinho, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), pela imagem O hidrossistema de Anavilhanas.

 

Buquê de Leishmania – Foto: Lienne Silveira de Moraes/CNPq

 

O hidrossistema de Anavilhanas – Foto: Rogério Ribeiro Marinho/CNPq

 

Na categoria Imagens Produzidas por Câmeras Fotográficas os vencedores foram, respectivamente, Raquel de Oliveira Barreto, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Whaldener Endo, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros/Cenap-SP/ICMBio em colaboração com a Universidade Federal de Roraima (UFRR), e Edson Faria Júnior, da Universidade Federal Fluminense (UFF) em colaboração com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

 

Velhices que brotam no/do semiárido mineiro – Foto: Raquel de Oliveira Barreto/CNPq

 

Sagui branco (Mico argentatus) – Foto: Whaldener Endo/CNPq

 

O balé das algas – Foto: Edson Faria Júnior/CNPq

 

Com informações do Cebimar e do CNPq

 

 

 

 

 

 

 


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