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Um estudo realizado na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) mostrou que obesos com asma submetidos a uma dieta balanceada e a uma rotina de exercícios físicos tiveram uma melhora significativa na função pulmonar e nos medidores inflamatórios da doença. O estudo, publicado na Medicine & Science in Sports & Exercise, recebeu o segundo lugar do prêmio de melhor trabalho em Reabilitação Pulmonar e Doenças Crônicas do European Respiratory Congress, realizado em Paris, França, entre os dias 15 e 19 de setembro.
Os participantes apresentaram melhora nos níveis de ansiedade e depressão e se tornam fisicamente ativos. Em todos esses indicadores, os pacientes obesos tiveram uma melhora do quadro de asma superior ao de pessoas saudáveis submetidas a uma mesma rotina. O trabalho, único não europeu a concorrer ao prêmio, é resultado do doutorado de Patrícia Duarte Freitas, que atualmente realiza pós-doutorado sob supervisão do professor Celso Ricardo Fernandes de Carvalho, da FMUSP.
Um trabalho anterior do grupo sobre o mesmo assunto, publicado no ano passado, já havia sido incluído na edição de 2018 do relatório da Global Initiative for Asthma (GINA), referência mundial para prevenção e tratamento da asma. Para o estudo premiado, foram selecionados 55 pacientes obesos com asma. Todos receberam uma dieta individualizada de baixas calorias, sob orientação de nutricionistas e psicólogos. Além disso, 28 desses pacientes foram submetidos a uma rotina de exercícios físicos no Ambulatório de Reabilitação Pulmonar do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP, enquanto os outros 27 (grupo controle) tiveram uma rotina apenas de alongamento.
O grupo que fez exercícios perdeu até o dobro do peso em relação ao que o grupo controle emagreceu. “Isso gerou uma melhora significativa de vários fatores do quadro de asma desses pacientes, melhor até do que vemos em pacientes saudáveis que fazem exercício físico”, disse Patrícia, que agora trabalha na identificação de fenótipos da asma em diferentes grupos de pacientes. Além disso, Freitas e Fernandes realizam um estudo comportamental para mudar o nível de atividade física de obesos com asma por meio de um programa de caminhadas que os pacientes vão realizar em casa. Ao final, serão avaliados os efeitos no controle clínico da doença e de outros fatores associados.
Com informações de André Julião / da Agência Fapesp, com edição do Jornal da USP (leia aqui matéria original na íntegra)