Evento discute dinâmica processual penal militar na guerra colonial portuguesa

Conferência, que será exclusivamente on-line, integra ciclo promovido pelo Grupo de Pesquisa em Criminologia Experimental do IEA-RP e pela AICLP

 15/03/2024 - Publicado há 2 meses
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O Grupo de Pesquisa Criminologia Experimental e Segurança Pública do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP, em parceria com a Associação Internacional de Criminologia em Língua Portuguesa (AICLP), promove no dia 19 de março, às 15h, a conferência on-line Administração da Justiça na Guerra Colonial Portuguesa (1961-1974): Notas Sobre a Dinâmica Processual Penal Militar.

O evento será exclusivamente on-line, com transmissão pelo canal do IEA-RP no YouTube e pela página do instituto no Facebook. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas neste link. Os participantes que quiserem receber o certificado deverão preencher o formulário que será enviado no chat das ferramentas durante a transmissão. 

As palestrantes serão as professoras da Universidade Lusíada e da Universidade do Porto Maria Leonor Esteves e Fátima da Cruz Rodrigues. Elas vão discutir a dinâmica processual penal militar implementada no contexto da guerra colonial portuguesa, um período de confrontos entre as Forças Armadas Portuguesas e as forças organizadas por movimentos de independência nas então províncias de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique entre 1961 e 1974.

As docentes vão abordar ainda como crimes alegadamente cometidos por combatentes das Forças Armadas Portuguesas que foram interpretados pelos Tribunais Militares Territoriais de Angola, de Moçambique e da Guiné ao longo desse período. Por fim, farão uma reflexão sobre a dinâmica processual da justiça penal militar nas ex-colônias portuguesas, implementada em um contexto sociopolítico complexo que conjuga a ditadura do Estado Novo, a situação extrema da guerra em três territórios distintos na defesa da soberania de Portugal Colonial e uma ordem hierárquica inquestionavelmente racializada, em uma conjuntura internacional favorável às independências de territórios sob o domínio colonial.

Maria Leonor Esteves é professora associada da Universidade Lusíada do Porto, docente da Faculdade de Direito e pesquisadora no Centro de Estudos Jurídicos, Económicos, Internacionais e Ambientais (Cejeia), ligados à Universidade do Porto. É graduada em Direito e mestre em Ciências Jurídico-Criminais pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e doutora em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Santiago de Compostela. É pesquisadora no projeto InJUSTiceWar – Crime e administração da justiça na guerra colonial portuguesa (1961-1974): análise exploratória dos processos-crime contra combatentes das Forças Armadas Portuguesas em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, desenvolvido no Centro de Investigação Interdisciplinar em Crime, Justiça e Segurança (CJS) da FDUP.

Fátima da Cruz Rodrigues é professora auxiliar da Universidade Lusíada Norte, professora auxiliar convidada da Faculdade de Direito da Universidade do Porto e pesquisadora no Centro de Estudos Jurídicos, Económicos, Internacionais e Ambientais (Cejeia). É doutora em Sociologia pela Universidade de Coimbra e desenvolveu seu pós-doutorado no âmbito do projeto Memoirs – Filhos de Impérios e Pós-Memórias Europeias, financiado pelo Conselho Europeu de Investigação. É pesquisadora principal do projeto InJUSTiceWar – Crime e administração da justiça na guerra colonial portuguesa (1961-1974): análise exploratória dos processos-crime contra combatentes das Forças Armadas Portuguesas em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, desenvolvido no Centro de Investigação Interdisciplinar em Crime, Justiça e Segurança (CJS) da FDUP.

Mais informações sobre o evento: iearp@usp.br.

Sobre o grupo

A partir dos recentes avanços da Criminologia Experimental, o Grupo de Pesquisa em Criminologia Experimental e Segurança Pública do IEA-RP propõe dedicar-se ao estudo de experimentos, métodos e intervenções que permitam extrair evidências científicas sobre o que funciona (what works) nas estratégias de segurança pública. Com base nas evidências científicas obtidas pelo método experimental, pretende-se desenvolver novas abordagens teóricas e recomendações de ação estratégica no campo da segurança pública. Saiba mais na página do grupo.


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