Pandemia de covid alerta para a iminência de novas doenças infecciosas nos próximos anos

O professor Esper Kallás fala sobre a Abbott Coalition, uma iniciativa mundial de pesquisadores, com a participação de membros da USP, para o enfrentamento de novas moléstias

 19/09/2022 - Publicado há 2 anos
A iminência de pandemias nos próximos anos tem sido alvo de preocupação dos especialistas da saúde pública – Foto: NIAD via Flickr (CC BY 2.0)
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A pandemia da covid-19 apresentou ao mundo um desafio urgente: a necessidade de cooperação no enfrentamento de novas doenças infecciosas. Empresas privadas, centros acadêmicos e diferentes países têm se unido para que sejam distribuídas as informações corretas sobre a detecção e o encontro de respostas imediatas às calamidades. Entre as organizações de saúde internacionais, destaca-se a Abbott Coalition, uma iniciativa mundial de pesquisadores com a participação de membros da USP.

Na visão de Esper Kallás, professor do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP e infectologista coordenador do Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas, “esse desafio que foi posto pela pandemia é muito mais um alerta para o que pode acontecer para o futuro”. A iminência de pandemias nos próximos anos tem sido alvo de preocupação dos especialistas da saúde pública. Ele indica que a troca de informações entre os centros médicos resultou na velocidade recorde na condução do desenvolvimento da vacina, porém, opina que “poderia ter sido melhor”.

Esper Kallás – Foto: Reprodução

O professor ainda destacou a participação brasileira na pesquisa para soluções contra a covid-19: “Foi muito importante porque, das quatro vacinas que usamos no Brasil, todas elas foram testadas por centros universitários”. Os imunizantes mencionados são a Astrazeneca, CoronaVac, Janssen e Pfizer/BioNTech.

Abbott Coalition

As iniciativas privadas tentam organizar uma participação ativa contra ameaças emergentes, como a coalizão Abbott, uma empresa de desenvolvimento de testes diagnósticos. O professor explica que o grupo atua “para encontrar meios de se preparar para adicionar conhecimento e tem uma vigilância e formas colaborativas reativas”.

Kallás esclarece sobre as pesquisas realizadas pelo Hospital das Clínicas na identificação de novos agentes patogênicos: “Há formas de você estruturar essas redes de vigilância e estamos tentando fazer isso nesse processo colaborativo com a participação da USP”. Ele exemplificou os testes: identificação da causa de quadros de meningite, de casos de hepatite na Amazônia e verificação das alterações nas bactérias causadoras da sífilis.


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