Pais e crianças não devem temer diagnóstico de câncer infantil

Vicente Odone afirma que, além da quimioterapia, drogas que atuam apenas em células doentes e imunoterapias podem trazer bons resultados

 07/02/2020 - Publicado há 4 anos
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Foto: Ascom/Hoiol via Fotos Públicas

Sendo uma doença que afeta a “fábrica do sangue” e, consequentemente, sua célula, a leucemia pode ocorrer em adultos e crianças e possui distribuição de tipos diferentes para esses públicos. São cerca de 12 leucemias conhecidas, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), e fevereiro é o mês de conscientização e combate da leucemia, representado pela cor laranja. O Jornal da USP no Ar abordou um tipo específico, que é predominante em crianças: a Leucemia Linfoide Aguda (LLA).

“Células linfoides são células normais no nosso organismo, produzidas em grande parte pela medula óssea, mas que em algum momento se transformam em células doentes, passando assim a ocupar espaço, não permitindo que as células normais realizem suas atividades”, explica Vicente Odone, professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina (FM) da USP e diretor médico do Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci).

“Esses fenômenos ocorrem em todas as pessoas e momentos”, declara Odone. Ele diz que já se sabe que o organismo faz vários mecanismos de correção desses problemas com bastante sucesso. Caso não houvesse esses artifícios imunológicos, o número de cânceres e diagnósticos da doença seria muito maior. “O câncer infantil, no seu surgimento, usualmente mimetiza circunstâncias ou condições pediátricas corriqueiras, como febre.” Sempre que essas condições não têm resolução rápida, é necessário buscar as causas.

O professor lembra que o mais importante é não ter medo de buscar a causa da doença, pois, diagnosticado o câncer, os resultados terapêuticos na busca da cura são muito bons. Com avanços dos tratamentos pela medicina, nas últimas décadas, a quimioterapia em crianças, mesmo que cause um certo temor, acontece com uma boa tolerância de doses, adaptadas ao peso e tamanho, muito melhor que em um adulto. As crianças conseguem manter uma atividade produtiva adequada para a sua idade.

“Estamos vivendo uma mudança completa da filosofia de tratamento do câncer. Cada vez mais estamos dispondo de drogas chamadas alvo, que atuam especificamente em células doentes, poupando as células saudáveis, além de recursos imunoterápicos. Sem dúvida nenhuma, doenças como a leucemia estão se valendo mais e mais do recurso (da imunoterapia).”

Ouça a entrevista na íntegra no player acima.


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