Dando sequência à série especial sobre a contribuição da Faculdade de Medicina (FM) da USP para a sociedade, vamos conhecer a história do Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas (HC) da FM, que este ano completa 66 anos de atendimento, ensino e pesquisa. O Jornal da USP no Ar conversou com o professor Gilberto Luis Camanho, do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da FM e presidente do Conselho Diretor do IOT.
A Clínica Ortopédica e Traumatológica da FM foi a primeira a ser transferida para o HC, pelo Decreto-Lei 14.256 de 1944, tendo por finalidade o Pronto Socorro aos traumatizados do aparelho locomotor e os pacientes da Paralisia Infantil. “O instituto foi inaugurado no momento inicial da ortopedia”, conta Camanho, e completa: “Era uma especialidade inexistente na maioria das faculdades (de medicina)”.
Em consequência do grande fluxo de enfermos atraídos pelos serviços da Clínica Ortopédica e Traumatológica, foi determinado pelo Governo do Estado de São Paulo a construção de um pavilhão destinado unicamente para o atendimento de traumatologia e ortopedia. Em agosto de 1951, a Clínica Ortopédica e Traumatológica iniciou suas atividades ambulatoriais em prédio próprio, em caráter experimental. Em 1952, foram internados os primeiros pacientes. E foi em 31 de julho de 1953 que foi inaugurado oficialmente o prédio do IOT.
Camanho explica que o IOT, assim como a ortopedia, evoluiu bastante. “A ortopedia é hoje uma especialidade que se dedica a setores como os pés, mãos, quadril, joelho e ombro”, destaca o professor, e avança: “Além disso, IOT é pioneiro nas articulações isoladas: joelho, pé, ombro. Várias especialidades tiveram seus estudos iniciados no instituto. Há também o atendimento traumatológico. No momento, o IOT atende apenas traumas mais graves.
O presidente do Conselho Diretor comenta sobre a evolução nos procedimentos cirúrgicos da ortopedia e traumatologia. “A lesão do menisco do joelho, por exemplo, quando não havia especialidade cirúrgica, o paciente ficava com gesso entre 40 e 60 dias. Agora, com o surgimento da artroscopia, o paciente passa quatro horas no hospital e volta para casa andando”.
A formação de novos médicos é a atividade mais importante do IOT, destaca Camanho. “Há a formação básica na Faculdade de Medicina, com a cadeira de Ortopedia e Traumatologia”, explica o professor, e acrescenta: “Ao final do curso médico, tem a residência médica, que na ortopedia é de três anos. Depois, ainda há a especialização do especialista, no quarto ano de residência”. O IOT também possui pós-graduação – a única no Brasil – para a formação de professores, além de ser referência na área de pesquisa e produção científica.
Por fim, Camanho comenta que um dos maiores desafios do instituto é aumentar o número de atendimentos. O IOT é um centro de excelência, sendo capaz de atender as ocorrências mais complexas de ortopedia e traumatologia. No entanto, as filas ainda são longas, podendo durar até dois anos.
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