Governo brasileiro continua a aumentar taxa de desflorestamento na Amazônia

Segundo Paulo Artaxo, a área desmatada já chega a 10.800 km², o que resulta em quedas no equilíbrio ecológico da floresta amazônica e na emissão de gases de efeito estufa

 05/11/2021 - Publicado há 3 anos
Por
Somente em setembro foram devastados 1.224 km² na região      Foto: Cícero Pedrosa Neto/ Amazônia Real
Logo da Rádio USP

O desmatamento da Amazônia foi um dos destaques da COP 26, Conferência sobre o Clima da Organização das Nações Unidas, realizada em Glasglow, na Escócia. Dados do Sistema de  Alerta de Desmatamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a floresta por satélites, divulgados antes do evento, mostraram que somente em setembro foram devastados 1.224 km² na região. Isto equivale ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Setembro foi o sexto mês de 2021 em que a Amazônia teve a maior área destruída na década. Esse resultado mostra que o acumulado desde janeiro chegou a 8.939 km², 39% a mais do que o mesmo período do ano passado e o pior índice em 10 anos.

+ Mais

Promessas do Brasil sobre conservação das florestas na COP26 divergem da postura atual

Segundo Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP, “hoje a área desmatada já chega a 10.800 km² e as políticas do governo brasileiro continuam a aumentar as taxas de desflorestamento na região. Como resultado, há quedas no equilíbrio ecológico da floresta amazônica e emissão de gás de efeito estufa, agravando o aquecimento global”.     

 Durante a Conferência, ocorreu uma negociação na qual se estabeleceu uma moratória do desmatamento global, definindo que a humanidade deveria atingir um desmatamento zero em 2030. O professor Artaxo lembra que “ainda é preciso uma regulamentação e o estabelecimento de mecanismos financeiros” para que isso possa ser realizado. No encontro da COP 26, o Brasil e mais de 100 países, em um esforço global, se comprometeram a reduzir em 30%, se comparado aos níveis de 2020,  as emissões de metano até 2030. Metade dos 30 principais emissores do gás, responsáveis por dois terços da economia global, assinou o documento. O Brasil é o quinto maior emissor. O professor Artaxo lembra que “a pecuária e a exploração de gás natural são as principais fontes de emissão do gás metano.” 


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.