O desmatamento da Amazônia foi um dos destaques da COP 26, Conferência sobre o Clima da Organização das Nações Unidas, realizada em Glasglow, na Escócia. Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a floresta por satélites, divulgados antes do evento, mostraram que somente em setembro foram devastados 1.224 km² na região. Isto equivale ao tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Setembro foi o sexto mês de 2021 em que a Amazônia teve a maior área destruída na década. Esse resultado mostra que o acumulado desde janeiro chegou a 8.939 km², 39% a mais do que o mesmo período do ano passado e o pior índice em 10 anos.
Segundo Paulo Artaxo, professor do Instituto de Física da USP, “hoje a área desmatada já chega a 10.800 km² e as políticas do governo brasileiro continuam a aumentar as taxas de desflorestamento na região. Como resultado, há quedas no equilíbrio ecológico da floresta amazônica e emissão de gás de efeito estufa, agravando o aquecimento global”.
Durante a Conferência, ocorreu uma negociação na qual se estabeleceu uma moratória do desmatamento global, definindo que a humanidade deveria atingir um desmatamento zero em 2030. O professor Artaxo lembra que “ainda é preciso uma regulamentação e o estabelecimento de mecanismos financeiros” para que isso possa ser realizado. No encontro da COP 26, o Brasil e mais de 100 países, em um esforço global, se comprometeram a reduzir em 30%, se comparado aos níveis de 2020, as emissões de metano até 2030. Metade dos 30 principais emissores do gás, responsáveis por dois terços da economia global, assinou o documento. O Brasil é o quinto maior emissor. O professor Artaxo lembra que “a pecuária e a exploração de gás natural são as principais fontes de emissão do gás metano.”
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