Causou polêmica a decisão da New Yorker em convidar, e posteriormente desconvidar, o ex-assessor do presidente Donald Trump, Steve Bannon, para um evento que a revista promoverá no início de outubro. “É mais uma dessas situações em que a imprensa agora está metida, por causa da polarização que se verifica nos Estados Unidos, criada pelo presidente Trump por seus ataques ao jornalismo independente”, diz Carlos Eduardo Lins da Silva. O colunista considera, a princípio, a decisão da revista em retirar o convite a Bannon um absurdo contra o bom jornalismo; por outro lado, acredita que o episódio mostra como a imprensa tem reagido ao se ver ameaçada pelo atual presidente norte-americano. “Creio que a imprensa nunca deveria temer entrevistar seus inimigos.”
Lins da Silva argumenta ainda que a imprensa mais tradicional não deveria se deixar influenciar pelas opiniões em voga nas redes sociais, isso de acordo com os princípios segundo os quais o jornalismo tem de ser plural e ouvir mesmo opiniões divergentes, ou corre o risco de tornar-se um mero veículo divulgador de propaganda.