A Fundação Pró-Sangue do Estado de São Paulo vive em uma constante gangorra, enfrentando altos e baixos no abastecimento de sangue, o que pode prejudicar, com sua falta, tratamentos clínicos e principalmente cirúrgicos e transplantes, que só são viabilizados se houver o suporte transfusional adequado de hemácias, plaquetas ou até de fatores de coagulação.
Segundo Helena Sabino, médica hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue, o Hospital das Clínicas de São Paulo e mais 80 hospitais públicos e filantrópicos são abastecidos pela fundação. No entanto, quando ocorrem greves, tempestades, alagamentos, feriados prolongados, os estoques diminuem muito. Na pandemia, quando sair de casa era inviável, os níveis de estoque se reduziram demais, chegando a estados críticos que até hoje não foram regularizados.
Outra situação que faz com que o nível de doadores seja menor é porque muitas pessoas, além do medo da agulha, têm falsas crendices. “A desinformação que nós vivenciamos a respeito da doação faz com que muitas pessoas tenham medo de doar sangue. Algumas acham que vicia, engorda, emagrece, afina ou engrossa o sangue e acabam tendo medo da agulha, de passar mal, e evitam vir doar sangue. Porém, a maioria de nós tem condição clínica de realizar esse ato, que é tão importante para toda a sociedade.”
Campanhas são importantes
Helena acredita que o fato de não termos grandes catástrofes, como terremotos e guerras, fez com que não tivéssemos essa vivência da necessidade da doação de sangue como um hábito constante no decorrer da vida dos brasileiros. Por esse motivo, as campanhas que prestam esse serviço de levar informações para que as pessoas doem sangue são tão importantes.
O processo é muito simples e seguro. Em cerca de 40 minutos, o candidato passa por várias etapas, durante as quais são aferidos seus sinais vitais, uma entrevista com perguntas pessoais, que serão confidenciais, e sobre sua saúde, para atestar a possibilidade de doação. Depois, há um voto de exclusão, em que o candidato diz se acha seu sangue seguro ou não. Após a coleta serão efetuados testes com o sangue doado para garantir que não há nada que impeça seu uso. O tempo da doação é de oito a 10 minutos, período em que são coletados 460 ml de sangue. Em São Paulo, na região metropolitana, existem seis postos de coleta, sendo um no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
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