Brasil ainda não atingiu cenário de igualdade

Especialista diz que políticas sociais aliviaram consequências da crise econômica e desemprego para pobres

 12/11/2018 - Publicado há 5 anos

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Reduzir desigualdades não diz respeito apenas a promover uma melhor distribuição de renda dentro das nações ou de romper com os privilégios de nações ricas em relação às mais pobres, mas também a estreitar os laços entre as pessoas que ocupam diferentes territórios. A xenofobia é um problema grave, responsável por fazer com que pessoas se vejam marginalizadas e com menos oportunidades somente por serem de um território ou etnia diferente.

Seguindo a série sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, no quadro UrbanSus, com o professor Marcos Buckeridge, do Instituto de Estudos Avançados da USP, o Jornal da USP no Ar conversou sobre o décimo objetivo, com foco em redução da desigualdade, com Marta Arretche, professora do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e diretora do Centro de Estudos da Metrópole.

A igualdade se apoia na não discriminação das pessoas dentro dos direitos civis, políticos e sociais, explica a especialista. Os países escandinavos possuem as menores taxas de desigualdade, tanto no aspecto econômico quanto no que se refere ao bem-estar da população, pois adotaram políticas sustentáveis de longo prazo capazes de diminuir a distância entre os mais e menos favorecidos.

No caso do Brasil, a professora ressalta que o País era conhecido por sua grande desigualdade e taxas elevadas de pobreza, cenário não justificado pelo seu desenvolvimento econômico, o que caracterizava um problema de distribuição de renda. A partir do século 21, progressos importantes foram feitos com a criação de políticas públicas e sociais. Marta afirma que esses iniciativas, como o Bolsa Família, foram responsáveis por amortecer as consequências do desemprego, causado pela crise econômica, nas pessoas mais pobres, que sofrem com baixa escolarização e são as primeiras a perder os empregos.

A especialista também trata sobre o papel da cidade na redução da desigualdade. Ela diz que o Brasil ainda tem muito trabalho quanto à criação de políticas urbanas que produzam municípios mais seguros e sustentáveis.

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