Promover o crescimento econômico sustentável e inclusivo, emprego pleno e produtivo. Para que esse objetivo seja alcançado, a Agenda 2030 prevê entre suas metas que os países aumentem os incentivos para a pesquisas científicas, o acesso à internet e promovam uma maior democratização no acesso às novidades tecnológicas de produção, para que países de menor desenvolvimento possam ter um crescimento na sua capacidade produtiva.
Seguindo a série sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, no quadro UrbanSus, com o professor Marcos Buckeridge, do Instituto de Estudos Avançados da USP, o Jornal da USP no Ar conversou sobre o nono objetivo, com foco em indústria, inovação e infraestrutura, com Guilherme Ary Plonski, professor da Escola Politécnica e da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP.
O especialista ressalta que a necessidade de investimento em infraestrutura é urgente. O principal desafio, segundo Plonski, é a articulação entre os agentes envolvidos no desenvolvimento da infraestrutura; caso isso seja iniciado no novo governo, as perspectivas podem se tornar positivas. O professor comenta que capital necessário para a estrutura vem de parcerias público-privadas, de acordo com as experiências contemporâneas, e reforça que a parte mais importante do investimento não é sua origem, mas seu alinhamento com os valores defendidos pelo Brasil, como a qualidade de vida dos trabalhadores.
Sobre os Objetivos, Ploski afirma que a inclusão da inovação apenas no item 9 é um equívoco, pois ela não se resume apenas às indústrias, já que atualmente é parte essencial em todos os segmentos da sociedade. A inclusão de conhecimento de base científica para solução de problemas é o ponto chave na questão da inovação, com criação de políticas públicas que estimulem essa prática. O professor ainda diz que a realidade do Estado São Paulo se difere do restante do país pelos investimentos do governo do Estado na manutenção das universidades e órgãos de pesquisa.
As cidades também possuem papel importante na ciência e inovação, mas na maioria das vezes não possuem autonomia suficiente para agir. Plonski defende a articulação entre os setores e níveis de poder para que o cenário avance. Ainda para o professor, a maior demanda é o uso do conhecimento científico para prática de medidas simples que beneficiem a população, como a reforma de calçadas de má qualidade. A inovação deve ser vista como forma de melhorar o dia-a-dia das pessoas, não se reduzindo somente aos investimentos em criações sofisticadas, completa.