A Escola de Comunicações e Artes e os desafios do “futuro agora”

Por Brasilina Passarelli, diretora da Escola de Comunicações e Artes da USP

 17/12/2021 - Publicado há 2 anos
Brasilina Passarelli – Foto: Marcos Santos

 

 

Chegamos ao final de mais um ano letivo.

Se o início de uma nova gestão já seria um grande desafio por si só, o contexto de pandemia tornou superlativas quaisquer dificuldades que, como era de se esperar, surgiriam ao longo de um primeiro ano de trabalho.

Crise econômica no País, tensões políticas e sociais, questões de saúde pessoal ou familiar e ansiedades quanto ao retorno presencial tornaram este 2021 que se encerra um ano cheio de incertezas e instabilidades, o que ainda pode se repetir nos próximos anos. A maior polarização política e o populismo, a competição geopolítica, os riscos às democracias, a educação em formatos híbridos – em função da continuidade da atual pandemia e de novas que possam surgir – e uma conectividade contínua são tendências que estão modificando profundamente a realidade como a conhecemos, com impacto em todas as áreas do conhecimento.

E qual será o papel da Escola de Comunicações e Artes (ECA) neste contemporâneo hiperconectado? A comunicação se tornou presente em todas as áreas; as chamadas softskills – que na ECA encontramos em abundância – hoje estão entre as habilidades mais procuradas em profissionais de todas as áreas. Em tempos de modernidade líquida, isso significa preparar os nossos alunos e alunas para lidar com as dúvidas e as incertezas da contemporaneidade, a serem flexíveis no enfrentamento dos desafios vindouros.

A ECA é uma escola complexa, diversa e com um cabedal muito grande de liderança e influência social. Nesse contexto que se apresenta, cabe a esta escola assumir um papel de centralidade, dialogar mais com as outras áreas do conhecimento da Universidade e da sociedade como um todo. Esta é a razão pela qual o incentivo à interdisciplinaridade orienta grande parte das ações em andamento na ECA – de reformas curriculares ao fortalecimento de grupos e núcleos de pesquisa e de cultura e extensão – de modo a ampliar as possibilidades de projetos interunidades e cooperações nacionais e internacionais.

Neste primeiro ano de gestão, seguimos no firme propósito de proporcionar um ensino de excelência, uma pesquisa de inovação e ações efetivas para transformação da realidade social diante dos desafios do “futuro agora”. Exposições virtuais, videoperformances de artistas, grupos corais e orquestras, recitais on-line, produções audiovisuais, podcasts, documentários, pesquisas em diferentes áreas do conhecimento e eventos on-line são apenas algumas expressões da ação da ECA sobre os impactos da pandemia em diferentes segmentos sociais e que atestam a capacidade singular de estudantes, docentes, pesquisadores e artistas da nossa escola de se reinventarem nestes tempos difíceis.

Graças ao esforço e dedicação de várias pessoas em diferentes frentes de atuação, também foi possível dar continuidade a muitas ações que já estavam em curso na ECA e lançar sementes para novos projetos:

• Obras importantes foram concluídas e outras reformas estruturais seguem em andamento. Com elas, a ECA se prepara para o retorno presencial pleno das atividades acadêmicas e a chegada de seus estudantes, em 2022;
• Demos especial atenção ao retorno progressivo, seguro e saudável ao trabalho presencial de servidores e servidoras da ECA, cujo apoio é fundamental às realizações acadêmicas de nossos docentes e discentes;
• Lançamos o novo site da ECA, com layout mais moderno e dinâmico, novos conteúdos e serviços on-line;
• Estamos prontos para a retomada dos concursos para contratação de novos docentes, que retornam em 2022 após pouco mais de um ano e meio suspensos devido à pandemia do coronavírus;
• Retomamos os editais de intercâmbio internacional, com início a partir do 1º semestre de 2022, se o contexto da pandemia assim o permitir. Novos convênios firmados com universidades de Portugal, França, Noruega, Costa Rica, Reino Unido e Bélgica ampliam as possibilidades de mobilidade e cooperação internacional;
• Firmamos um convênio de cooperação com a Universidade Zumbi dos Palmares – uma nova frente para pensar em ações para inclusão e diversidade nas comunicações e nas artes;
• E foi com grande satisfação que vimos o grande herói nacional Luiz Gama receber o título de Doutor Honoris Causa da USP, graças à iniciativa e apoio de toda a nossa escola e da Universidade.

Estes são os primeiros passos para a ECA do “futuro agora”, um ambiente de aprendizagem, experimentação e desenvolvimento de projetos de intervenção social. Com o suporte da USP e um amplo leque de parcerias, seremos cada vez mais capazes de expandir essa nova ecologia do aprender, do ensinar e das novas comunicações; de criar oportunidades e inspirar trabalhos criativos, colaborativos e inovadores.


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