Os drones, aeronaves pilotadas remotamente e muito usadas para vídeos e fotos, estão sujeitos a regras aprovadas no início de maio pela Anac. A Agência Nacional de Aviação Civil proíbe, por exemplo, voos a menos de 30 metros de pessoas que não derem autorização. Com custo cada vez menor, os drones tornam-se populares para aplicações importantes, como na área de segurança, mas também podem ser invasivos.
A professora Kalinka Castelo Branco, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP (campus de São Carlos), disse, em entrevista à Rádio USP, que a regulamentação vem em boa hora e que vai permitir o uso controlado dos drones, “porque se sabe que, apesar de muitos serem usados para fins recreativos, assim mesmo podem causar danos e ferir pessoas”. Com a regulamentação, será possível limitar o uso e punir as pessoas que façam mau uso desses aparelhos, muitos deles usados para carregar armas ou celulares para dentro de presídios, ou mesmo para captar imagens em edifícios, prática que viola a privacidade das pessoas.
Ela explica que a Anac classificou essas aeronaves em duas categorias: recreativas (aeromodelos) e as que são usadas para fins comerciais ou estudos. A regulamentação não contempla, porém, aquelas aeronaves completamente autônomas, ou seja, que não possuam pilotos para recuperá-las em caso de algum problema. De todo modo, as regras estabelecidas pela Anac baseiam-se nas que já existem em países da Europa, nos Estados Unidos e na Austrália, mas estão adaptadas à realidade nacional.
Kalinka observa que a tecnologia nessa área está muito avançada, razão pela qual boa parte dos equipamentos exigidos para os drones vêm de fora. No Brasil, há um número reduzido de empresas que desenvolvem esse tipo de tecnologia.