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O professor Guilherme Wisnik enaltece em sua coluna a memória do pensador norte-americano Fredric Jameson, recentemente falecido. Marxista, Jameson é autor de um livro “que é uma referência incontornável nos cursos universitários”, intitulado Pós-Modernismo: A Lógica do Capitalismo Tardio. Segundo Wisnik, Jameson é um autor fundamental para os estudos da cultura, “de um ponto de vista dialético, sobretudo do pós-modernismo”. Em seu livro, Jameson tenta mapear o pós-modernismo, emulando uma linguagem pós-moderna ao escrever, já que defendia a tese da impossibilidade de separar forma e conteúdo. “O que ele vai fazer – e mostrar de uma maneira muito consequente – é que os grandes ciclos da cultura não são formas autônomas em si mesmas e sim ligadas aos processos econômicos do capitalismo.”

O colunista explica o que representa, para Jameson, a relação entre pós-modernismo e o capitalismo tardio: “É um capitalismo tardio não no sentido de que vem tarde ou de que está atrasado, mas ao contrário, um capitalismo avançado – quando ele fala em capitalismo tardio, ele está se referindo ao neoliberalismo, aos tempos que anunciaram a globalização também, um capitalismo dos chips, dos microprocessadores, do Vale do Silício, e um capitalismo financeiro, o capitalismo que sobreviveu à crise do capitalismo do choque do petróleo dos anos 80, esse capitalismo reciclado por Reagan e Thatcher”. O pós-modernismo, prossegue Wisnik, ao contrário de ser um movimento estético puramente, responde a essa lógica, que é a da morte do fordismo. “Se o movimento moderno se baseava no fordismo, da produção em massa, da linha de montagem, da padronização, o novo capitalismo, dos anos 80 em diante, é um capitalismo de nichos de mercado de luxo, de produção específica”, acrescenta o colunista. É quando passa a vigorar “esse novo capitalismo excludente, do qual o pós-modernismo veio a ser a sua face cultural. Eu recomendo muito a leitura de Fredric Jameson e homenageio esse grande pensador.”

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