Como retardar o processo de envelhecimento do corpo?

“A pessoa idosa perde autonomia de ir e vir, que pode levar à falta de contato social, ao isolamento e à perda da autoestima, que somados são fatores significativos de entrada para doenças”, ressalta José Carlos Farah

 Publicado: 11/06/2024
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Na coluna Corpo e Movimento desta semana, o professor José Carlos Farah reflete sobre a importância que a atividade física traz para o bem-estar da pessoa idosa. Para ele, o processo de envelhecimento representa mudanças significativas nos aspectos físicos, social e emocional. Essas mudanças aumentam com o decorrer do tempo, o que é natural e aceitável. Segundo a OMS, no Brasil uma pessoa é considerada idosa quando completa 60 anos. Outro ponto importante é que, pelo avanço da medicina e da tecnologia, a expectativa de vida aumentou e aí vem uma pergunta muito importante: estamos vivendo mais, mas estamos vivendo com qualidade? No processo de envelhecimento, a capacidade física diminui, temos menos força e, consequentemente, menos coordenação e resistência, dificultando as tarefas do dia a dia, como caminhar. “Perdemos autonomia de ir e vir, que pode levar à falta de contato social, ao isolamento e à perda da autoestima, que somados são fatores significativos de entrada para doenças”, ressalta.

Farah lembra que, apesar do processo de envelhecimento diminuir gradativamente as nossas capacidades, tanto físicas como as cognitivas e sociais, a vida não acaba, ou seja, continuamos vivos e, por que não, produtivos. Os efeitos benéficos da prática da atividade física se contrapõem aos efeitos maléficos do processo de envelhecimento. Como exemplo, temos a perda da massa muscular no envelhecimento e o exercício nos faz ganhar massa muscular, entre outros muitos exemplos. Há muitos trabalhos que relacionam os benefícios da prática, como a diminuição do Alzheimer.

O professor afirma, ainda, que devemos continuar a traçar objetivos e as metas que dão sentido à vida. Existem instituições que oferecem programas dos mais variados para idosos, como exemplo a Universidade Aberta à Terceira Idade, na USP, alguns programas do Sesc, entre outros, que procuram manter a pessoa idosa ativa em todos os aspectos. A AF, como já falado em colunas anteriores, ajuda muito nesse processo. A prática da AF melhora as capacidades físicas e, quando praticada em grupo, melhora a interação social e, consequentemente, leva a uma autoestima elevada e ao bem-estar geral. Há muitos trabalhos que mostram a associação positiva entre atividade física, interação social e sensação de bem-estar. Nós temos que perceber que é através de uma boa saúde que encaramos as dificuldades da vida, e essa percepção começa desde a adolescência, não esperar a senescência, quando somos idosos. Devemos começar enquanto jovens, mas nunca é tarde para começar.


Corpo e Movimento
A coluna Corpo e Movimento, com o professor José Carlos Farah, vai ao ar quinzenalmente terça-feira às 8h30, na Rádio  USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP. 

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