A importância da chamada Cúpula da Amazônia é realmente muito grande. As discussões que ocorrem em Belém e as decisões que serão tomadas na reunião terão forte impacto para a população da região amazônica, que é de mais de 50 milhões de pessoas, sendo que 30 milhões habitam o território brasileiro. Pode-se dizer, além disso, que o impacto da reunião será grande para toda a população mundial, já que a floresta amazônica é um elemento central para a preservação do ecossistema terrestre e, consequentemente, para a viabilização de condições que permitam a vida humana em todo o planeta.
Participam da reunião de Belém os governantes dos países da América do Sul que abrigam a floresta amazônica. Além do Brasil, que contém 60% da floresta e está representado pelo presidente Lula, os países são os seguintes: o Peru, a Colômbia, a Venezuela, o Equador, a Bolívia, a Guiana e o Suriname. Esses países integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, organização internacional sediada em Brasília e conhecida pela sigla OTCA. A organização foi criada em 1995, com a finalidade de dar maior efetividade ao Tratado de Cooperação Amazônica, que havia sido aprovado em 1978, pelos mesmos países, para articular medidas econômicas e sociais comuns para a região. Cabe observar que também a França está representada na reunião de Belém. Embora o país não seja membro da OTCA, o fato de a Guiana Francesa abrigar parte da floresta amazônica torna relevante essa participação.
Em linhas gerais, a importância da Cúpula da Amazônia está diretamente associada à crescente gravidade da crise gerada pelo aumento do aquecimento global. Como a floresta amazônica, por conta de seu tamanho e de sua densidade, cumpre papel fundamental para a determinação do clima da Terra, os olhos do mundo todo estão atentos à reunião de Belém. Por um lado, os governantes da região terão que adotar ações efetivas que assegurem a conservação da floresta. Mas, por outro lado, esses governantes não poderão ignorar o anseio da numerosa população de toda região por medidas econômicas e sociais que propiciem seu bem-estar.
A Universidade de São Paulo criou neste ano um centro de pesquisa com foco especificamente no desenvolvimento sustentável da Amazônia. O professor Pedro Dallari explica de que forma essa iniciativa está relacionada às preocupações que levaram à realização da Cúpula da Amazônia. A articulação política e o uso do conhecimento científico são duas dimensões inseparáveis no cuidado que se deve ter com a Amazônia. Nesse sentido, o recém-criado Centro de Estudos da Amazônia Sustentável – Ceas, ao pretender integrar e fortalecer atividades de pesquisa que já vêm sendo desenvolvidas na USP e em outras instituições do Brasil e do exterior, está em plena sintonia com as inquietações que cercam a Cúpula da Amazônia.
Na página desta coluna publicada no Jornal da USP, está disponível o link para acesso ao site da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica, que é uma importante fonte de informações sobre iniciativas políticas internacionais voltadas à região. Também se encontra disponível o link de acesso à matéria do próprio Jornal da USP que apresenta as principais características do novo centro de pesquisa sobre a Amazônia criado na Universidade. Vale a pena dar uma olhada nessas publicações.
Globalização e Cidadania
A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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