Acompanhe a entrevista do jornalista Fabio Rubira com o professor Fredi Alexander Diaz Quijano, da Faculdade de Saúde Pública da USP:
Chuvas fortes e temperatura em alta, como é o caso desta época do ano, favorecem o surgimento do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e da microcefalia. É uma preocupação que se renova a cada ano, mas que poderia ser minimizada se a população fizesse a parte dela e tivesse um maior controle sobre os criadouros do mosquito, uma forma eficaz de prevenção da doença.
“Sem criadouros não há mosquito”, adverte o professor Fredi Alexander Diaz Quijano, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Por isso, a principal forma de evitar a transmissão de doenças como dengue, chikungunya ou microcefalia é manter controle absoluto sobre os criadouros.” Os ovos depositados pelas fêmeas do mosquito precisam de um tempo para que as larvas resultantes do processo possam se desenvolver e ficar adultas, e um outro tanto para se infectarem e passarem a transmitir a doença. Para o professor Quijano, as pessoas parecem não entender que há uma relação direta entre os criadouros e as doenças, pois muitas vezes existe um intervalo de semanas e até meses entre o desenvolvimento das larvas e o momento em que, já adultas, passam a contaminar a população.
Ele vê como muito importante o controle sobre os criadouros. “É importante que a comunidade pense no futuro. Os criadouros de hoje são a fonte dos casos de amanhã.” Ainda segundo o professor Quijano, não se pode esperar que apareçam estratégias milagrosas para controlar a transmissão. Os experimentos realizados visando ao controle biológico dos mosquitos ainda vão demorar um certo tempo para ter efeito eficaz. No momento, portanto, o controle sobre os criadouros já é uma ação suficiente para a prevenção dos casos de dengue, chikungunya e microcefalia.