USP, Unesp e Unicamp fortalecem parceria para desenvolver projetos em conjunto

Grupos de trabalho estudaram possibilidades para a unificação de processos e o compartilhamento de dados, programas e conteúdos

 21/06/2022 - Publicado há 2 anos
Mesa de abertura do encontro que aconteceu no último dia 15, na Casa do Professor Visitante, no campus da Unicamp, em Campinas – Foto: Antoninho Perri

A USP, a Unicamp e a Unesp, no âmbito do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), deram mais um passo importante para fortalecer uma integração inédita entre as três instituições, em uma reunião realizada no dia 15 de junho, em Campinas.

Este foi o segundo encontro realizado pelo Cruesp com esse objetivo. O primeiro foi promovido no prédio da Reitoria da USP, em São Paulo, no dia 30 de março.

Grupos de trabalho formados por pró-reitores, professores, pesquisadores e servidores das três universidades estudaram possibilidades para a unificação de processos e o compartilhamento de dados, programas e conteúdos.

Uma das propostas diz respeito ao vestibular indígena. Atualmente, Unicamp e Ufscar realizam um exame unificado. Em 2022, houve 2.805 inscritos, em diferentes cursos das duas universidades. A ideia é ampliar a seleção para as outras duas estaduais, segundo o pró-reitor de Graduação da Unicamp, Ivan Toro.

Em nível de graduação, discutiu-se a redução da burocracia na validação de créditos em disciplinas para facilitar o intercâmbio entre as universidades. Outra proposta é a adoção de medidas conjuntas para o enfrentamento da pandemia, como prevenção e protocolos de segurança. Um grupo de trabalho será criado para avaliar os impactos do ensino remoto no aprendizado.

Grupos de trabalho formados por pró-reitores, professores, pesquisadores e servidores das três universidades começaram a estudar a unificação de processos e o compartilhamento de dados, programas e conteúdos – Foto: Antoninho Perri

Novo modelo de pós-graduação

Discutiu-se também um novo modelo de pós-graduação, com menor tempo de duração. Atualmente, para concluir o mestrado e o doutorado, são necessários nove anos.

A média de idade para o ingresso na pós-graduação é de 33 anos, com estudantes que iniciam o curso aos 37 anos. Para o pró-reitor de Pós-Graduação da USP, Márcio de Castro Filho, esse grupo chega muito tarde ao mercado de trabalho. A proposta é reduzir o tempo de formação, com foco no doutorado. A expectativa é concluir o projeto este ano. Propôs-se, ainda, que a Pós-Graduação adote regras de inclusão e que seja implementada uma plataforma de integração das três universidades.

A Pró-Reitoria de Pesquisa anunciou a criação do Congresso Unificado de Iniciação Científica, a ser realizado a partir de 2023. Segundo o pró-reitor de Pesquisa da Unicamp, João Romano, o objetivo é estimular os estudantes a apresentarem trabalhos de pesquisa como forma de recepção aos calouros. Outra proposta é a participação conjunta em editais e a implantação de regras que facilitem a importação de equipamentos de pesquisa.

O grupo formado pelos pró-reitores de Cultura e Extensão Universitária programou uma série de atividades culturais para este ano e o próximo, com apresentações das orquestras sinfônicas das três universidades em São Paulo e uma exposição itinerante nos campi das instituições.

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(Da esq. p/ dir.) Os reitores Carlos Gilberto Carlotti Junior (USP), Antonio Meirelles (Unicamp) e Pasqual Barretti (Unesp) – Foto: Antoninho Perri

Também houve propostas de integração nas áreas de Comunicação, Relações Internacionais, Inovação e das novas áreas de Direitos Humanos, Inclusão e Pertencimento. “O que tivemos aqui pode gerar uma explosão de conhecimento. A variedade de temas discutidos mostra a capilaridade que podemos alcançar”, afirmou o reitor da Unicamp, Antonio Meirelles, que atualmente preside o Cruesp. “Temos capacidade para resistir e também para construir um futuro melhor”, acrescentou.

“As universidades se agigantaram ao longo de sua história, mas unidas podem fazer mais”, disse o reitor da Unesp, Pasqual Barretti. “Podemos ser uma luz para a sociedade.”

“Somos mais fortes unidos. Temos problemas comuns, mas sabemos que não estaremos sozinhos”, considerou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior. “Agora é trabalhar, pois temos muito a implementar”, finalizou.

“Estamos em um momento de construção. O que fazemos agora poderá ser um marco para o futuro das universidades”, destacou a coordenadora-geral da Unicamp, Maria Luiza Moretti. Para ela, as universidades públicas paulistas “são o maior patrimônio do Estado de São Paulo”.

Também participaram do encontro a vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, e a da Unesp, Maysa Furlan.

(Com informações da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp)


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