Investimento em ciência e tecnologia é fundamental para reverter degradação dos oceanos

Segundo Alexander Turra, relatório mundial de qualidade dos oceanos, lançado pela ONU, apresenta direcionamentos que se alinham bem com as fragilidades brasileiras

 30/04/2021 - Publicado há 3 anos

Atividades que dependem do oceano saudável representam aproximadamente 20% do PIB – Foto: Pexels – Pixabay

 

Logo da Rádio USP

Seguindo os objetivos da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, que estabeleceu em 2021, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um relatório mundial da qualidade dos oceanos: The Second World Ocean Assessment. Segundo Alexander Turra, professor do Instituto Oceanográfico (IO) da USP e coordenador da Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano do Instituto de Estudos Avançados (IEA), esse relatório é importante na produção e no uso do conhecimento científico para reverter o processo de degradação dos oceanos.

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, Turra indica que o relatório faz parte de um processo regular de avaliação da qualidade dos oceanos, apontando tendências a partir do que tem sido observado sobre a saúde dos ecossistemas marinhos e a intensificação de impactos humanos. Segundo o professor, o documento sinaliza que é importante melhorar a cooperação entre governos, iniciativa privada, terceiro setor e, principalmente, as universidades e institutos de pesquisa. Além disso, é preciso promover inovações tecnológicas para desenvolver novas formas de diálogo com o ambiente marítimo, assim como investir em um processo transparente e auspicioso de gestão e planejamento desse ambiente, pautado pelo conhecimento científico.

Turra afirma que os direcionamentos do relatório se alinham muito bem com as fragilidades brasileiras: “Precisamos conhecer nossas particularidades para tomar decisões coerentes, mas isso não é, necessariamente, o ponto forte do Brasil”. Segundo o professor, o País tem instituições, profissionais e histórico que possibilitam avançar nessa frente, mas falta apoio do poder público. “Precisamos de uma política de Estado que realmente valorize a ciência e a tecnologia, relacionadas à garantia da qualidade do meio ambiente e à sua exploração sustentável”, afirma. Ele aponta que o cuidado com o ambiente marítimo também está relacionado à economia: “Hoje, atividades que dependem do oceano saudável representam aproximadamente 20% do PIB [Produto Interno Bruto]. Há um potencial gigantesco que pode ser comprometido em função dessa perda de qualidade ambiental”.


Jornal da USP no Ar 
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular. 


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.