Estudo com profissionais da saúde mostra eficácia da Coronavac

A professora Anna Sara Levin comenta que os estudos ainda estão em andamento, portanto, a redução de casos maior do que a esperada após a vacinação representa uma estimativa dos especialistas

 12/04/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 14/04/2021 as 16:51
“Tivemos um pouco mais de 50% de queda no número de casos esperados”, conclui a professora Anna Sara Levin/Fotos Públicas

Um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo mostrou que, entre o grupo dos profissionais de saúde, a Coronavac demonstrou efetividade de 73,8%. O número e o método para se chegar a ele é diferente da eficácia de 50,38% apresentada em janeiro pelo Instituto Butantan, mas especialistas enxergam como positivo um indicativo de que a eficácia pode ser maior. Hoje, é a vacina mais usada no Brasil para a covid-19.

A professora Anna Sara Levin, coordenadora do estudo, conta que o Hospital das Clínicas colocou à disposição de seus profissionais exames para testagem desde março de 2020. A partir dessa sondagem, foi comparado o quanto de contaminação se esperava e o quanto realmente aconteceu em números de casos no Hospital das Clínicas antes e depois da vacinação dos seus 21 mil funcionários. As primeiras doses foram aplicadas na terceira semana de janeiro, enquanto a segunda foi utilizada na décima semana do ano, nos dias 18 a 21 de janeiro e 14 a 16 de fevereiro, respectivamente.

“Antes da aplicação da vacina, quando a epidemia subia na cidade de São Paulo, ela subia entre os profissionais do HC e vice-versa. Principalmente nas últimas três semanas avaliadas, São Paulo teve aquela explosão de casos, com até 24 mil casos por semana. Vimos que o HC não teve essa explosão, houve um número contínuo e até baixo de casos”, relata a professora em entrevista ao programa Jornal da USP no Ar 1ª Edição. “Se a gente esperava 64 casos, a gente teve 30, por exemplo. Tivemos um pouco mais de 50% de queda no número de casos esperados”, conclui.

Os estudos ainda estão em andamento, portanto, a redução de casos maior do que a esperada após a vacinação representa uma estimativa dos especialistas. “Não é exatamente efetividade, por isso que falamos que é uma estimativa, porque temos na cidade de São Paulo até 10% de pessoas vacinadas com a primeira dose. E, dentro do grupo do HC, tem gente que não tomou vacina. É a minoria, mas tem um ou outro que não. Então é uma aproximação, mas ficou bem próximo do estudo do Butantan (que indicou a eficácia de 50,38%).” O número de vacinados é citado pela professora Anna Sara, pois influencia nas estimativas de casos.

Porém, apesar de um possível aumento na eficácia da vacina, a professora alerta: “Fantástico seria a prevenção de 95% dos casos. Mas é o que nós temos e é muito bom, na situação em que nós temos, saber que há uma vacina que funciona. Por outro lado, não é tudo, você não pode tomar vacina e sair por aí achando que está completamente protegido. É boa notícia, mas não fique superconfiante, vamos nos cuidar”, comenta, lembrando da continuidade de medidas de prevenção como o uso de máscara e o distanciamento social mesmo após a vacinação.


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