“Não há como melhorar a economia se não se acabar com a pandemia”

José Paulo Chahad observa, ao comentar a nova rodada de auxílio emergencial, que não se pode pensar em crescimento econômico sem arrefecimento da pandemia, o que se consegue com vacinação em massa e isolamento social

 06/04/2021 - Publicado há 3 anos
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O auxílio emergencial acabou por estimular o consumo das famílias e a girar a roda da economia – Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

Começou nesta terça-feira (6) a nova rodada de parcelas do auxílio emergencial, com valor médio de R$ 250, variando de R$ 150 a R$ 375 a depender da composição familiar. A possibilidade de retorno dessa política pública é esperada desde o início deste segundo ano de pandemia.

Em entrevista ao Jornal da USP 1ª Edição, José Paulo Chahad, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, defende a existência do auxílio emergencial para não deixar as famílias desassistidas. “É um valor pequeno, modesto, mas na base do que é o melhor que temos para hoje: ruim com ele, pior sem ele.”

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Pela soma de fatores como debilitação da economia brasileira, mau andamento das finanças públicas e limitação imposta pelo teto fiscal, o professor acha difícil ser um repasse maior, como aconteceu no ano passado. Esta última rodada teve um impacto muito positivo e atingiu mais pessoas. “O que fez girar a roda da economia foi o consumo das famílias”, destacando como isso fez com que a economia não se reduzisse tanto como deveria. A previsão das instituições internacionais era de 8% a 10% de retração, mas acabou sendo de 4%. 

Ele acredita que o auxílio será continuado caso não haja arrefecimento da pandemia e que ainda é uma ousadia pensar em crescimento econômico. Ou o Brasil acaba com a pandemia, ou a pandemia vai deixar o Brasil na lona. Não há como melhorar a economia se não se acabar com a pandemia, com isolamento social e vacinação em massa, o que não está ocorrendo.”


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