As leucemias atingiram cerca de 5.920 homens e 4.890 mulheres em 2020, apontam dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). A doença é tratável e, quanto maior a precocidade do diagnóstico, maiores são as chances de cura. O tratamento vai desde a quimioterapia até o transplante de medula óssea.
As leucemias são basicamente uma proliferação maligna de células imaturas, o que prejudica a imunidade e a coagulação do sangue, causando diversas reações, como hemorragias, anemias e manchas roxas pelo corpo, como explica o professor Eduardo Rego, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), especialista em Hematologia: “Quando a gente tem algumas mudanças genéticas adquiridas nessas células na medula, elas passam a proliferar de maneira inadequada, além também de outros processos como a própria regulação da morte natural das células, que é um processo de apoptose e de senescência e também de outros mecanismos de controle ali do próprio ambiente medular”.
O diagnóstico é importante para aumentar as chances de cura das leucemias. Quanto mais cedo a doença é descoberta, menor é a massa tumoral, facilitando a erradicação. O tratamento depende do tipo de leucemia e consiste em observação em casos de linfoma indolente, que são menos agressivos; quimioterapia ou até o transplante de medula óssea. “É sempre importante o diagnóstico precoce para doenças malignas, isso porque estamos falando de uma doença que se caracteriza por uma infiltração de células que perderam sua capacidade de controle de proliferação e morte celular. Quanto antes o diagnóstico, menor é a massa tumoral. Sendo menor a massa tumoral, torna-se mais fácil o tratamento e a erradicação desses clones malignos que caracterizam a doença”, afirma o professor.
Conforme o especialista em Hematologia, o Brasil conta com bons registros de doadores de medula óssea. Devido à variabilidade genética da população brasileira, a doação é incentivada para abranger os diversos pacientes na fila de espera. Contudo, a maior dificuldade é encontrar os doadores cadastrados por conta dos dados desatualizados. “Nosso maior desafio é manter sempre um banco extenso e atualizado de indivíduos que de fato estejam dispostos a doar medula óssea, caso apareça um receptor. Um dos problemas que nós temos é que às vezes o indivíduo está registrado no banco, se encontra um receptor compatível, mas o indivíduo não é rastreável. Por isso, é importante ter bastante consciência do que está envolvido quando você se candidata a ser um doador de medula óssea”, informa.
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