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“A partir de 1º setembro, teremos no Instituto de Estudos Avançados da USP um novo catedrático. A escolha se fez no ano passado. Trata-se de Néstor García Canclini, antropólogo cultural, ensaísta e filósofo de origem argentina que reside no México”, anuncia o professor Martin Grossmann em sua coluna Na Cultura, o Centro Está em Toda Parte, na Rádio USP (clique no player acima).

Segundo o colunista, Canclini é uma referência para quem quer entender o que é ser latino-americano e também o que é ser brasileiro. “É um dos poucos intelectuais que navega pela América Latina, essa complexidade que somos de uma maneira muito original, mas também mutante.”

Grossmann, destacando o livro mais conhecido de Canclini, Culturas Híbridas, observa: “Nos seus estudos e pesquisas, o filósofo traçou e vem traçando uma estratégia para entrar e sair da modernidade. Faz isso de forma a analisar as relações entre arte popular e sociedade lá no início dos anos 1970, as relações da cultura popular e o capitalismo, as relações entre nações e situações como a nossa, de um sul global, levando a tentar entender não só a antropologia, as relações do homem, a sua cultura e sociedade, mas também dessas relações que se faz a partir dos anos 1960 entre cultura e comunicação, entre as indústrias culturais e diferentes formas de desenvolvimento, as indústrias culturais e a integração latino-americana. Mais recentemente,  começa a tentar entender a perspectiva dos leitores, espectadores e internautas”.

O professor informa que o último livro de Canclini, ainda em processo de tradução no Brasil, mostra cidadãos substituídos por algoritmos. “Ele não tem medo de enfrentar a complexidade e não poderia ser melhor termos Canclini neste momento entre nós para tentarmos entender o que se passa a partir da instauração da crise do coronavírus mundialmente, numa escala planetária, e também nos ajudar a traçar rumos daqui para a frente.”

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