Trabalho do HRAC/Centrinho é pioneiro em tecnologia para auxiliar problemas de audição – Foto: Divulgação/HRAC Centrinho
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Referência nacional e internacional no tratamento e pesquisa das anomalias craniofaciais congênitas, síndromes associadas e deficiências auditivas, o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC/Centrinho) da USP tem a marca do pioneirismo e da inovação. Foi o primeiro serviço especializado no tratamento da fissura no País e agora completa 30 anos da primeira cirurgia de implante coclear multicanal realizada no Brasil, tecnologia utilizada até os dias atuais indicada para perdas severas e profundas da audição. Essa cirurgia inclui a colocação de um dispositivo eletrônico para estimulação direta do nervo auditivo.
O Programa de Implante Coclear do HRAC-USP é o maior serviço do País em número de implantes exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No final de 2019, atingiu a marca de mais de 2.000 cirurgias realizadas e 1.500 pacientes implantados desde 1990. “Um avanço recente importante foi a incorporação ao convênio de assistência à saúde, em 2019, dos procedimentos de manutenção e de substituição do componente externo de implante coclear e também a realização de implante coclear bilateral, para atendimento de pacientes com deficiência auditiva via SUS”, explica o professor Luiz Fernando Manzoni Lourençone, chefe técnico da Seção de Implante Coclear e diretor clínico do HRAC-USP e docente do Curso de Medicina da FOB-USP.
Também completa 30 anos o Centro Especializado no Desenvolvimento Auditivo (Cedau) do HRAC-USP, ligado ao Serviço de Educação e Terapia Ocupacional do hospital. O Cedau trabalha o desenvolvimento da audição e da linguagem oral de crianças usuárias de implante coclear e aparelho de amplificação sonora individual (AASI), por meio da atuação de fonoaudiólogos, psicopedagogos e psicólogos. O processo de reabilitação envolve ainda o aconselhamento aos familiares, a inclusão dos participantes no ensino regular e a capacitação dos professores das crianças. Desde 1990, aproximadamente 230 crianças já foram atendidas e 1.400 professores foram capacitados.
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53 anos de atividades
Fundado em 24 de junho de 1967, o HRAC é também um importante núcleo gerador de conhecimento, inovações e recursos humanos. Oferece um programa de pós-graduação (mestrado e doutorado) único no País e no mundo, além de cursos lato sensu e de extensão (residências médicas e multiprofissionais, especializações, práticas profissionalizantes e atualização), todos gratuitos. “Temos uma equipe muito comprometida e focada em oferecer o melhor tratamento e acolhimento aos pacientes e familiares, além de muito capacitada e conectada para trazer inovações e desenvolver as melhores práticas em ensino e pesquisa”, destaca o professor Carlos Ferreira dos Santos, superintendente do HRAC-USP e diretor da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB-USP).
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Apesar das cirurgias eletivas e os atendimentos ambulatoriais estarem suspensos temporariamente em virtude da pandemia de covid-19, o HRAC-USP manteve-se aberto e atuante durante o período. Na área de assistência, foram mantidas equipes presenciais para o atendimento de urgências e demandas prioritárias. Leitos de UTI também permanecem disponíveis para o atendimento de pacientes com anomalias craniofaciais que necessitem de cuidados intensivos. No entanto, está em desenvolvimento um protocolo de biossegurança, com vistas a planejar e preparar uma retomada gradual e segura, o que inclui a a testagem dos pacientes e da equipe para a covid-19, no Laboratório de Farmacologia da FOB-USP, para garantir a saúde e segurança dos profissionais e usuários.
O HRAC-USP também vive a expectativa da abertura do Hospital das Clínicas (HC) da USP-Bauru, complexo que absorverá e ampliará suas atividades assistenciais, de ensino e de pesquisa. O novo HC terá 200 leitos e funcionará como hospital de referência com todas as especialidades médicas e leitos de alta complexidade, além de servir como hospital-escola para os estudantes do curso de Medicina da USP em Bauru, curso que teve início em 2018. “A USP tem papel fundamental nesta conquista histórica que será a abertura do HC, seja cedendo uma nova unidade hospitalar pronta – com necessidades de adequações pontuais –, seja disponibilizando mobiliário como camas, cadeiras de acompanhante, armários, além de infraestrutura básica de gases”, destaca o professor Carlos Ferreira.
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Com informações de Tiago Rodella / Assessoria de Imprensa do HRAC
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