Palestras buscam desmistificar a física por trás dos esportes

Professor explica que vários aspectos do corpo humano são semelhantes ao funcionamento de uma máquina

 13/05/2019 - Publicado há 5 anos
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jorusp

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Projeto de difusão cultural do Instituto de Física (IF) da USP realizará série de seis palestras explorando alguns aspectos da física nos esportes e no corpo humano. As palestras serão ministradas no Auditório Adma Jafet – no próprio IF –, sendo abertas a todas as pessoas interessadas. Serão abordados temas como: força, potência e energia, potência humana e duração da atividade, gasto das calorias que ingerimos, pressão arterial, potência mecânica do coração, entre outros aspectos. O Jornal da USP no Ar conversou com o organizador do evento, Otaviano Helene, professor do IF.

Helene atua no campo da física nuclear, estrutura da matéria, física experimental, além de outras áreas. No entanto, paralelamente a seus trabalhos mais robustos, o professor empenha-se na divulgação da física do cotidiano, como sua aplicação nos esporte e no corpo humano.

“Vários aspectos do corpo humano são semelhantes ao funcionamento de uma máquina”, explica o professor, e acrescenta: “O sistema de refrigeração [do corpo humano], por exemplo. Grosso modo, produzimos internamente 100 W [Watts] o tempo todo. Precisamos eliminar esses watts para não ir esquentando indefinidamente.” Helene explica que a eliminação dessa energia ocorre por radiação, condução e pelo ar.

Foto: Visual Hunt/CC

A primeira palestra da série acontecerá no dia 16 de maio, às 14h, e terá como tema Força, potência e energia – Podemos aprender muita coisa sobre física e esportes analisando a corrida de cem metros rasos. O professor Helene comenta que algumas coisas fundamentais podem ser explicadas observando os atletas de 100 metros rasos. Por exemplo, a maior potência que um atleta consegue produzir é a do velocista de 100 metros raros, durante o terceiro segundo da corrida.

A física também é empregada para otimizar o desempenho dos atletas. A técnica de Salto Fosbury, para as prova de salto em altura, consiste na corrida em trajetória curvilínea, no impulso em um movimento giratório e, finalmente, na passada pelo sarrafo com a barriga virada para cima. Todas essas etapas são justificadas pela física mecânica. “Há um mecanismo de transformação da velocidade horizontal em velocidade vertical. No momento imediato antes do salto, o atleta trava um dos pés contra o chão, isso permite que parte da velocidade horizontal se torne vertical, através do movimento de rotação em torno do pé travado”, explica o professor Helene.

Outro intuito do projeto é desmistificar alguns equívocos no uso de certas expressões. “Quando alguém se queixa de ‘não ter mais força para realizar determinada atividade’, na verdade está faltando capacidade de produzir potência”, esclarece Helene.

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