Celular de pacientes pode mapear transmissão de doenças

O GPS do telefone celular registra por onde as pessoas andam o tempo todo – a menos que elas tenham desabilitado essa função. Pode parecer assustador, mas pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP querem dar uma função nobre para esse mapeamento constante: descobrir focos de transmissão de doenças.

 21/06/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 18/10/2019 as 11:33
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O GPS do telefone celular registra por onde as pessoas andam o tempo todo – a menos que elas tenham desabilitado essa função. Pode parecer assustador, mas pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP querem dar uma função nobre para esse mapeamento constante: descobrir focos de transmissão de doenças.

O projeto ganhou o nome de SiPoS – Sickness Positioning System, ou Sistema de Posicionamento de Doenças. É uma referência a GPS – Global Positioning System, ou Sistema de Posicionamento Global. Veja mais no vídeo abaixo:

[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=YIMG-UTAE1Y[/embedyt]

 

O projeto é desenvolvido pelo biólogo Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, e por Lucas Cardozo, aluno de mestrado e bioinformata. Veja mais no vídeo abaixo:

Como funciona?

A ideia é que a pessoa que for diagnosticada com alguma doença infecciosa seja informada, ainda no hospital, da possibilidade de participar do monitoramento dessa doença. Se aceitar, um profissional de saúde deve orientá-la sobre como encontrar o arquivo do celular com as coordenadas por onde ela passou nos últimos tempos.

Este é o arquivo do celular que registra os dados de localização

Em seguida, ela pode enviar esse arquivo para o sistema desenvolvido pelos pesquisadores.

O arquivo não contém o nome, foto ou qualquer informação da pessoa, apenas a latitude, a longitude e o horário em que foi registrada a posição do celular.

O sistema deve cruzar as informações desse paciente com as de outros que tiveram a mesma doença para achar os locais em comum em que circularam. Assim, talvez seja possível apontar os focos de transmissão.

A participação no projeto não tem nenhuma influência no tratamento que a pessoa receberá no hospital.

Simulação do mapeamento de locais com mais risco de transmissão das doenças (vermelho mais escuro)

Utilidade

Helder Nakaya explica que apontar os lugares em que provavelmente ocorreram as infecções pode impulsionar ações de vigilância, como a localização de criadouros de mosquitos e o aviso a mulheres grávidas das áreas com maior risco de contrair zika, por exemplo.

 

Fase de testes

Em junho de 2017, o projeto entrou na fase de testes e recebeu financiamento extra da Bill & Melinda Gates Foundation. Saiba como participar em sipos.fcf.usp.br

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