Na semana passada, a professora Marília Fiorillo tratou o affair entre o presidente norte-americano Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-un como uma paródia ou comédia de humor negro. Nesta edição de sua coluna ela retoma o tema do poder da comédia e sua capacidade de satirizar os costumes, corrigir os hábitos e mudar o status quo. Desta vez, sua análise recai sobre um clássico da literatura moderna, O Nome da Rosa, de Umberto Eco, uma trama policialesca ambientada em um mosteiro beneditino do século 14. Os crimes aqui estão relacionados a uma obra perdida da poética de Aristóteles, intitulada A Comédia.
O assassino, um venerável monge, sabia do perigo que essa obra encerrava, “pois dar risada é uma coisa, mas admitir que o autor sacramentado da Idade Média (Aristóteles) havia dedicado um tomo inteiro a esta arte da comédia equivale a dignificar a ironia”. A tragédia tematiza o que há de mais nobre no homem, enquanto a comédia se ocupa com o que há de mais ridículo. A justificativa do assassino para os crimes que cometeu é a de que o riso destrói o medo, e sem o medo não há fé.
“Basta trocar fé por outros termos – poder ilegítimo, arbitrariedade, terror – e nós teremos aqui um Aristóteles superatualizado”, conclui a colunista. Acompanhe o comentário, na íntegra, pelo link acima.