Tecnopolíticas da vigilância, da Editora Boitempo, é o livro que Giselle Beiguelman, artista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, indica como “leitura obrigatória” em sua coluna na Rádio USP (clique no player acima). Organizado por Bruno Cardoso, Fernanda Bruno, Lucas Melgaço, Luciana Guilhon e Marta Kanashiro, a publicação é o resultado das pesquisas e dos debates promovidos pela Rede Latino-Americana de Estudos sobre Vigilância, Tecnologia e Sociedade (Lavits), que opera, desde 2009, como um importante núcleo de reflexão do Sul global sobre as práticas e as instâncias da vigilância.
“Os textos refletem sobre a imbricação dos dados com as diferentes esferas da vida social: a política, a cultura, os processos de construção de visibilidade e invisibilidade e as estratégias de contestação aos mecanismos de controle”, explica Giselle Beiguelman. “Um dos pontos altos é a tradução, inédita para o português, de um artigo seminal da Professora Emérita da Harvard Business School, Shoshana Zuboff, Big Other: capitalismo de vigilância e perspectivas para uma civilização de informação”. Shoshana Zuboff disseca as particularidades do capitalismo de vigilância, um regime econômico no qual o poder se concentra em empresas, como Google e Facebook, que trabalham em hiperescala.
Os diferentes textos dessa coletânea, segundo a colunista, mostram como a revolução algorítmica, que se dá no mundo de “internet das coisas” e smart cities redefine nossas concepções de arquitetura, as fronteiras entre público e privado, a estética e os próprios modos de ver e ser visto. “O livro contempla também uma série de análises e estudos de casos de projetos que procuram confrontar esse estado de vigilância molecular. Destacaria que esse, aliás, é o foco e a principal contribuição dessa obra ”, afirma Giselle Beiguelman.
Mais informações sobre o livro Tecnopolíticas da vigilância acesse: www.desvirtual.com