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Viajar é bom e todo mundo gosta. Porém, quando o assunto envolve quanto sairá do bolso para a viagem, os problemas aparecem. “Hoje quero te contar que dá para realizar esse sonho, sim, e sem fazer dívidas“, diz Lucia Silveira Santos, doutoranda em Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP.

O que é bom e barato não vem sem esforço quando a questão são as viagens. Para aproveitar o bem-bom de um descanso, sem acumular dívidas, é preciso planejar com antecedência. “Organize a sua viagem em quatro grandes blocos: o destino, o transporte, a hospedagem e a alimentação“, coloca Lucia. O primeiro é o mais difícil de ser pensado: o destino. Muitas vezes, já se tem o local dos sonhos em mente, mas o preço não permite que vire realidade. Em vez de ficar triste e perder a oportunidade de curtir um passeio, a pesquisadora sugere lugares menos conhecidos e, se possível, fora da alta temporada.

Feita a escolha do local, deve-se decidir como chegar lá e, depois, como se movimentar entre os pontos turísticos. “Há vários aplicativos e extensões para navegadores que permitem uma comparação de preços de passagens. Você também pode optar por meios de transporte mais econômicos, como ônibus ou caronas compartilhadas, em vez de transporte aéreo, que costuma ser mais caro”, explica a doutoranda.

Nessa mesma linha, os passeios em conjunto costumam ser mais baratos e são uma alternativa a mais para economizar na hora de passear pela cidade escolhida. Se a sua opção for o carro, Lucia alerta para tomar cuidado e “colocar na ponta do lápis o valor do combustível, dos pedágios e da revisão do mecânico”.

No caso da hospedagem, muitas são as opções: desde albergues ou hostels até aluguéis por temporada. Já na alimentação, a pesquisadora aconselha apostar na escolha de experimentar a culinária local em mercados e barracas de rua. “Eles geralmente oferecem comida a preços mais acessíveis do que os restaurantes dos circuitos turísticos. Frutas regionais, além de saudáveis, ajudam entre as refeições principais e são opções baratas de lanche.”

Flexibilidade 

Se mesmo planejando todos esses pontos ainda fique complicado viajar, talvez a solução seja mudar a formulação da viagem. Lucia comenta sobre hospedar-se em troca de trabalho: “Plataformas on-line conectam viajantes a anfitriões dispostos a oferecer alojamento em troca de algumas horas de trabalho diário, como ajudando em uma fazenda, trabalhando em projetos comunitários ou até auxiliando em tarefas domésticas”. Também existem os programas de au pair, em que você cuida das crianças de uma família em outro país em troca de acomodação, alimentação e uma mesada. 

A doutoranda ressalta que “a chave para viajar com pouco dinheiro está na flexibilidade, na pesquisa e na disposição para explorar opções menos convencionais. Ao adotar uma mentalidade mais aventureira, você pode descobrir que há muitas maneiras emocionantes de explorar o mundo que não comprometem seu orçamento”.

*Sob supervisão de Cinderela Caldeira e Paulo Capuzzo