Projeto da USP sobre autismo busca doações para continuar pesquisas

Fada do Dente investiga as causas do autismo e novas estratégias de tratamento, utilizando células de dentes de leite que são transformadas em neurônios

 19/05/2021 - Publicado há 4 anos
Projeto precisa de recursos para financiar cultura de células para estudo sobre autismo – Foto: Reprodução / projetoafadadodente.org

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O Projeto A Fada do Dente, que realiza pesquisas sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) a partir de dentes de leite doados de crianças autistas, lançou uma campanha para arrecadar doações. Desenvolvido na USP por meio de uma organização não governamental, o projeto realiza pesquisas com células extraídas da polpa desses dentes para compreender os mecanismos biológicos do autismo e ajudar na busca por novos tratamentos.

Para continuar esse trabalho, a iniciativa busca recursos que permitam financiar a cultura de células necessárias para o estudo. Os interessados podem doar qualquer quantia fazendo depósito bancário (Banco Bradesco, agência 2692, conta 20568-0, CNPJ 21.487.751/0001-54). Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas neste link.

Patrícia Beltrão Braga, pesquisadora e criadora do projeto A Fada do Dente – Foto: Agência Brasil

Criado em 2008 pela pesquisadora Patrícia Beltrão Braga, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), o projeto A Fada do Dente já analisou mais de 400 dentes de leite. Nesse trabalho, é utilizada uma técnica de reprogramação celular, que transforma as células da polpa do dente em neurônios. Assim, é possível identificar diferenças biológicas entre os neurônios de indivíduos autistas e de indivíduos neurotípicos (que não têm autismo).

Esse conhecimento pode ser aplicado para encontrar novos alvos terapêuticos e testar novas drogas. “O desenvolvimento de um banco de material biológico unicamente brasileiro é essencial, uma vez que grande parte das pesquisas genéticas do autismo é baseada apenas nos Estados Unidos e na Europa”, explica a pesquisadora.

Um transtorno complexo

O TEA é um distúrbio do neurodesenvolvimento que acomete, em média, uma a cada 54 crianças, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Apesar dos avanços da ciência em pesquisas sobre as causas e possíveis tratamentos, muitos estudos ainda são necessários para conhecer a fundo os aspectos biológicos do autismo, acelerar o diagnóstico e desenvolver estratégias de tratamento individualizadas, uma vez que existem diferentes graus do transtorno.

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Classificado em leve, moderado ou grave, o autismo é caracterizado por déficits na comunicação e interação social e comportamentos repetitivos e estereotipados. Por envolver manifestações comportamentais, o diagnóstico não é simples – exige uma observação clínica e, muitas vezes, o envolvimento de diferentes especialistas, como psicólogos, psiquiatras e neurologistas. Devido à sua complexidade, o diagnóstico costuma ser feito apenas aos dois ou três anos de idade, e há muitos casos de indivíduos que foram diagnosticados apenas na fase adulta.

Existem fatores de risco genéticos e ambientais para o TEA, por isso é dito como um transtorno do neurodesenvolvimento de risco multifatorial. Hoje, mais de mil genes são reconhecidos como de predisposição ao autismo. Por meio de exames de sequenciamento genético, é possível identificar algumas dessas mutações. Os riscos ambientais que podem contribuir ainda não estão claros, mas aparentemente algumas infecções e uso de drogas durante a gestação podem estar relacionados ao TEA, em combinação com a suscetibilidade genética.

Saiba mais no site  https://projetoafadadodente.org.br e siga o projeto no Facebook: https://www.facebook.com/ProjetoAFadaDoDente

Doações em qualquer quantia:
Banco Bradesco
Agência 2692
Conta 20568-0
CNPJ 21.487.751/0001-54

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Texto adaptado de Acadêmica Agência de Comunicação

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