Professor da USP é premiado por criar teste do pezinho que pode diagnosticar mais de 50 doenças

Professor Antonio Condino-Neto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, recebeu o Prêmio Dasa de Inovação Médica por desenvolver teste que amplia o número de doenças diagnosticadas pelo teste do pezinho

 29/11/2022 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 05/12/2022 as 11:40

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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

 

O médico Antonio Condino-Neto, professor sênior do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, foi o vencedor da quinta edição do Prêmio Dasa de Inovação Médica na categoria Inovação em Genômica. Realizado pela rede de laboratórios e hospitais Dasa, em parceria com a revista Veja Saúde, o prêmio é uma das principais iniciativas do setor para reconhecer profissionais que fazem a diferença na ciência e na saúde brasileira. A premiação está disponível no Canal Veja Saúde no YouTube.

Antonio Condino-Neto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, vencedor do Prêmio Dasa de Inovação Médica – Foto: Reprodução/LinkedIn

A premiação é um reconhecimento do seu projeto Rastreio de Doenças da Imunidade pelo Teste do Pezinho, que ampliou para mais de 50 o número de doenças que podem ser diagnosticadas no teste do pezinho aplicado no Sistema Único de Saúde (SUS). Desenvolvido no Laboratório de Imunologia Humana do ICB-USP, o novo teste está sendo substituído gradualmente no SUS, conforme a Lei nº 14.154, sancionada em maio de 2021.

“Recebo com muita alegria essa premiação. É um projeto muito importante, pois teve o seu desdobramento prático e já está sendo aplicado por prefeituras e estados, sendo essencial para a saúde pública e para nossas crianças”, afirma Condino-Neto.

 

Teste do Pezinho Ampliado

Desde que foi sancionada a substituição do teste, só na cidade de São Paulo mais de 200 mil recém-nascidos foram beneficiados. Realizado entre o terceiro e o quinto dia de vida do bebê, por meio da coleta de gotas de sangue dos pés, o exame identifica doenças genéticas que se não forem identificadas e tratadas de forma adequada impactam o desenvolvimento e a saúde da criança.

Até o ano passado, o teste do pezinho incorporava seis doenças: hipotireoidismo congênito, fenilcetonúria, síndromes falciformes, fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita. Agora, foram introduzidas as doenças relacionadas à imunodeficiência primária, causadas por erros inatos da imunidade — grupo que compreende 485 patologias, como por exemplo a síndrome linfoproliferativa autoimune e a anemia de Fanconi.

O Teste do Pezinho Ampliado tem como base dois biomarcadores para o diagnóstico desses erros, os pedaços de DNA TREC e KREC, subprodutos de receptores das células T e B do sistema imune. Eles são capazes de mensurar o quão funcionais são as células de defesa do paciente.

Para a validação clínica dos exames, Condino-Neto contou com a contribuição do Instituto PENSI (Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil), entidade vinculada ao Hospital Infantil Sabará, que também foi premiada, e o Instituto Jô Clemente.

As pesquisas, desde seu início, contaram com o financiamento da Fundação Jeffrey Modell, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Saúde (modalidade Pronas). O Teste do Pezinho Ampliado faz parte das iniciativas do Ministério da Saúde para o aprimoramento do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN).

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Texto: Gabriel Martino, da Acadêmica Agência de Comunicação


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