Catedral da Sé que ostenta diversos tipos de granito, entre eles o cinza Mauá - Foto: Wikimedia Commons

Passeio virtual mostra as rochas que construíram o centro de São Paulo

Núcleo de apoio à pesquisa do Instituto de Geociências da USP organizou um roteiro que alia arquitetura, história e geologia e mostra como a cidade se transformou numa "selva de pedras"

 26/08/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 02/09/2021 as 9:34

Redação

O mais antigo monumento da cidade de São Paulo, o Obelisco da Memória, foi inaugurado em 1814 e foi construído em granito Itaquera. A rocha está presente em fachadas de outros monumentos e pequenos edifícios do Centro, seja no revestimento ou na estrutura. Essas são algumas informações que você pode encontrar no passeio virtual As Rochas que Construíram o Centro Velho de São Paulo.

O tour foi organizado pelo GeoHereditas, Núcleo de Apoio à Pesquisa Patrimônio Geológico e Geoturismo, do Instituto de Geociências (IGc) da USP. O projeto foi desenvolvido pelo aluno da graduação em Geologia Lorenzzo Cassaro, sob a orientação da professora do IGc Eliane Aparecida Del Lama.

Eles unem a história e a geologia do município e do Estado de São Paulo em um passeio geológico, que também é conhecido como Geoturismo Urbano. São 19 paradas no passeio que incluem Pátio do Colégio, Mosteiro São Bento, Rua 25 de Março, Catedral da Sé, Largo de São Francisco, Teatro Municipal, Mercado Municipal, Ladeira da Memória, entre outros.

O grupo identificou cinco rochas paulistas nos edifícios e monumentos: o granito Itaquera, o granito rosa Itupeva, o granito cinza Mauá, o granito preto Piracaia e o arenito Itararé. É possível descobrir as regiões de onde vêm essas rochas. O granito Itaquera, por exemplo, tinha sua extração em uma pedreira próxima ao, hoje, estádio do Corinthians. Ela foi a primeira pedra paulista de que se tem registro utilizada no patrimônio paulistano.

Vídeo explicativo do roteiro que trata das construções que transformaram o antigo centro da cidade [clique no player para ver]:

Edifícios que possuem o granito Itaquera, no centro velho de São Paulo. Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Igreja de Santo Antônio, edifícios da Rua Roberto Simonsen, Edifício Guinle, Edifício SPTans, Faculdade de Direito da USP e Obelisco da Memória - Fotos: Eliane Del Lama

“Do ponto de vista geológico, constroem-se muitas edificações com materiais pétreos nacionais ou importados, cujo aspectos estéticos fazem com que as rochas se sobressaiam na paisagem, agregando grande interesse a esses materiais sob as mais diversas características. A geodiversidade do patrimônio pétreo torna o Centro velho de São Paulo um museu de geologia a ‘céu aberto’ e pode ser visitado por meio de um roteiro que une turismo e geologia”, de acordo com o grupo.

A viagem virtual criada pela equipe do GeoHereditas também sugere roteiros geoturísticos alternativos em outros locais da capital paulista. 

Acesse o roteiro virtual As Rochas que Construíram o Centro Velho de São Paulo clicando aqui.

Telas do roteiro virtual - Foto: Reprodução/IGc


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.