O Especial Oceanos do Jornal da USP do Ar de hoje (27) aborda a representação feminina na ciência, mais especificamente na oceanografia. Camila Negrão Signori, professora do Instituto Oceanográfico (IO) da USP e coordenadora do Mergulho na Ciência USP, comenta que o projeto leva meninas do 5º ao 9º ano do ensino fundamental para a USP, apresentando as atribuições de cientistas das áreas de ciência, tecnologia, matemática e engenharia (sigla STEM em inglês). Durante o passeio, as jovens visitam laboratórios, museus e até o restaurante universitário.
Parado atualmente devido à pandemia, a iniciativa, que foi reconhecida pelo programa HeforShe da ONU, conta com várias cientistas acadêmicas na organização, incluindo alunas da graduação que fazem a ponte entre escola e universidade. Para Camila, essa é uma oportunidade de mostrar às meninas que elas podem ocupar essas áreas, além de ser uma oportunidade de empoderá-las, uma vez que se dá dentro de uma grande universidade como a USP. Por isso, a professora explica que o foco do projeto é no presencial, pois há a experiência de estar na Universidade. Mas, ainda assim, alguns acompanhamentos com meninas que já participaram da iniciativa estão sendo realizados de forma on-line.
Apesar dos avanços atuais, dados mostram que as mulheres cientistas ainda são minoria. A professora Camila explica que os dados variam de 40% a 50% de participação feminina na ciência no Brasil e afunilam nas ciências exatas, de 20% a 30%. Ela explica a importância de ter mulheres nos cargos acadêmicos. Na USP, há 39% de professoras docentes e 27% de mulheres nos cargos de chefia.
Camila cita também grandes nomes da área da oceanografia no mundo: Kathy Sullivan, ex-astronauta da Nasa, e Rachel Carson. Também foca no Brasil, com, por exemplo, Marta Vannucci, professora aposentada e ex-diretora do IO-USP e primeira mulher a se tornar membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Pelo que vê nas últimas turmas de calouros ingressantes, Camila destaca que a participação de meninas na área vem crescendo nos últimos anos. Para ela, existem vários “projetos de formiguinha” em todo o Brasil que desejam mudar o cenário atual e mostrar mais oportunidades de atuação às meninas.
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