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Cerca de 100 mil pessoas circulam diariamente pela Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira, no bairro do Butantã, em São Paulo. São estudantes de graduação e pós-graduação da USP, além de professores, funcionários técnico-administrativos e visitantes da comunidade externa que precisam se deslocar por uma área de quase 4 milhões de metros quadrados do campus para chegar a seus destinos. Segundo dados da Prefeitura do Campus da USP da Capital (Pusp-C), o número de usuários de transporte coletivo soma cerca de 28 mil pessoas.
Para melhorar a movimentação desses usuários no campus e diminuir o tempo de espera em pontos e no terminal de metrô mais próximo, o do Butantã, da Linha 4 Amarela, a prefeitura apresentou à São Paulo Transportes (SPTrans), responsável pela gestão do sistema de ônibus na capital, uma proposta de mudança no itinerário dos ônibus que circulam no local e a inclusão de uma nova linha que seriam implantadas no início deste ano letivo, na última segunda-feira, dia 26 de fevereiro. A SPTrans acolheu a maior parte das propostas, mas fez uma contraproposta que, a partir de reunião conjunta com a Prefeitura do Campus, foi encaminhada para implantação.
A divulgação da mudança foi feita pelas redes sociais da Universidade e pelos canais da SPTrans, mas gerou preocupações de muitos usuários e por esta razão a Prefeitura abriu até o dia 8 de março uma consulta pública, por meio de um questionário on-line, para ouvir comentários dos usuários sobre essas mudanças e, caso necessário, propor à SPTrans fazer ajustes a partir das demandas e considerações que surgirem. Para participar, basta acessar este link.
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“Desde 2022, temos procurado melhorar o tempo de espera nos pontos de ônibus e nos terminais, tópicos que são tema de muitas reclamações. Aumentamos os pontos de embarque dos circulares dentro do Terminal Butantã para possibilitar embarques simultâneos; depois introduzimos o pré-embarque para poder agilizar o embarque no horário de pico; adotamos experimentalmente uma linha circular interna (o Cinzinha) por três meses para avaliar seu desempenho e, finalmente, conduzimos uma pesquisa origem-destino interna para poder reavaliar os percursos dos ônibus”, explica a prefeita do campus, a professora Raquel Rolnik, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.
Quais são essas mudanças?
“A proposta de mudança de trajetos e criação de uma nova linha tem o objetivo de deixar os trajetos mais curtos para ser possível fazer mais viagens com os mesmos ônibus e assim diminuir o tempo de espera nos pontos”, explica a prefeita. As mudanças foram discutidas com a SPTrans até se fechar um modelo viável para implantação e, de acordo com ela, com esses percursos menores pode-se economizar de 10 a 15 minutos na viagem. A prefeitura elaborou um mapa que mostra os novos trajetos, disponível abaixo ou neste link.
As linhas que apresentaram mudanças são a 8012-10 (Cid. Universitária – Metrô Butantã), no mapa em azul, a 8022-10 (Cid. Universitária – Metrô Butantã), em vermelho, e 8032-10 (Metrô Butantã – Cid. Universitária), em amarelo. A nova linha é a 8042-10 (USP – P3), na cor verde em tracejado.
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O redesenho das linhas foi pensado a partir do resultado de uma pesquisa amostral origem-destino que contou com mais 6 mil respostas da comunidade do campus Butantã, realizada no ano passado. Desde então, a Prefeitura conta também com o apoio de uma consultoria formada por ex-alunos da Escola Politécnica (Poli) da USP, que fez uma avaliação dos trajetos, dos tempos de deslocamento dos ônibus e do desempenho dos circulares. A ideia era também monitorar de forma independente o cumprimento do contrato com a SPTrans, para poder acompanhar e cobrar o cumprimento do contrato, mas também para propor alterações visando a melhorias.
Os trabalhos também envolveram a equipe técnica do Grupo de Mobilidade da Prefeitura formado por professores e alunos da Universidade que estudam a questão do transporte público. O grupo é coordenado pelo professor da Poli Hermes Fajersztajn, que já foi prefeito do campus, e também tem participação do GT Mobilidade do Plano Diretor Participativo do campus da USP na capital, co-coordenado pelo professor Matheus Humberto, professor da Poli no Departamento de Engenharia de Transportes.
A Prefeitura se envolveu diretamente na promoção de uma audiência pública sobre o tema, além de ter chamado entidades estudantis e de professores para conversar sobre o assunto. Foram realizadas, por exemplo, conversas com a Associação de Moradores do Conjunto Residencial da USP (Amorcrusp) para ouvir as demandas e propostas da comunidade. Vários alunos da graduação e da pós passaram então a integrar o GT constituído.
No contexto do grupo de trabalho, do diálogo com a SPTrans e com a consultoria, a Prefeitura pretende ainda implementar um processo de revisão, envolvendo os professores e estudantes, para entender as queixas dos usuários e poder trabalhar no aperfeiçoamento do sistema de transporte no campus. “Acreditamos que com os 18 ônibus previstos em contrato que servem as linhas dentro do campus e fazendo os ajustes nos trajetos a gente consiga melhorar a situação dos usuários”, conclui a prefeita.
Para participar da consulta pública sobre a mudança dos itinerários acesse até o dia 8 de março este link.