O aquecimento global, fenômeno responsável pelo aumento das temperaturas médias no planeta, é causado pela emissão de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono. Um dos maiores responsáveis por esse lançamento exagerado é a queima de combustíveis fósseis para a produção de energia. Além disso, a utilização dessa fonte de energia está provocando um rápido esgotamento de suas reservas e maior contaminação do meio ambiente.
A fim de solucionar essa problemática, foram desenvolvidas novas formas de obtenção de energia que garantam mais abundância e menos poluição — chamadas de alternativas ou renováveis. Entre elas, destaca-se a solar, uma fonte de energia limpa, renovável e barata, que funciona a partir da captação da luz solar, por meio de painéis fotovoltaicos, usinas heliotérmicas ou aquecedores solares, os quais convertem essa luz em energia elétrica e térmica.
De acordo com dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a produção de energia solar no Brasil cresceu, em janeiro de 2024, 52,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior, produzindo cerca de 3.000 MW médios. Ainda segundo a CCEE, o país possui mais de 400 empresas de serviços relacionados com essa fonte conectados ao Sistema Interligado Nacional (SNI) que, somadas, possuem uma capacidade instalada de mais de 12,3 GW.
Luz solar estocada?
Nesse sentido, o professor Fernando de Lima Caneppele, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP em Pirassununga, explica que o armazenamento desse tipo de energia pode ser realizado por meio de supercapacitores, construídos a partir de cimento e negro de fumo. Ele cita um artigo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Science (PNAS), que evidencia a possibilidade dessa construção.
O especialista esclarece como funciona um capacitor: “É um dispositivo elétrico capaz de armazenar energia elétrica semelhantemente a uma bateria, entretanto, a bateria armazena em forma de energia química e os capacitores armazenam em forma de campo elétrico”. Para completar, ele ressalta que os supercapacitores são capazes de estocar uma quantidade de energia muito maior do que um capacitor comum.
Diferencial da tecnologia
Essa mistura utilizada para a construção do supercapacitor, em suas quantidades determinadas, não prejudica a resistência mecânica do concreto, ou seja, é possível que seja usada na construção civil: “Assim, ao instalar painéis fotovoltaicos no telhado, a energia excedente poderia ser armazenada na fundação da casa, para que os moradores pudessem usar à noite”. Além disso, segundo o professor, seria possível a construção de rodovias com esse material, o que possibilitaria o armazenamento de energia na própria via e, posteriormente, o carregamento de carros elétricos sem a necessidade de conexão com cabos — seria realizado por meio de carregadores por indução magnética.
Produção: Cinderela Caldeira, J. Perossi e Felipe Bueno
Coprodução - Gabriel Soares e Fernando de Lima Caneppele
Edição: Cinderela Caldeira,
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Edição: Rádio USP
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