Risco de demência em pessoas de meia-idade pode estar associado à desregulação de proteínas do sangue

Estudo sugere que níveis anormais de certas moléculas, encontradas em pacientes de 45 a 60 anos, podem ser um marcador inicial da doença de Alzheimer ou condições semelhantes

 10/08/2023 - Publicado há 9 meses
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Publicado na Science Translational Medicine, um novo estudo identificou, em pessoas de meia-idade, proteínas que podem estar associadas a um risco maior de desenvolver demência.

Segundo a diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco da USP, Mayana Zatz, o que surpreendeu é que a maioria dessas proteínas tem funções que não estão associadas ao funcionamento do cérebro. “Algumas estão associadas ao proteostasis, isto é, o processo que regula o equilíbrio entre as proteínas dentro das células e consequentemente no organismo como um todo”, explica Mayana. O processo de regulação é importante para prevenir que essas proteínas formem agregados como, por exemplo, placas amiloides e a tau, encontradas no cérebro de pessoas que faleceram com doença de Alzheimer.

O estudo começou em 1987 e os cientistas coletaram amostras de sangue de 10 mil participantes de 45 a 60 anos. Os pacientes foram avaliados durante três décadas, com retornos duas vezes por ano.

Ainda de acordo com Mayana, há muito o que investigar para entender melhor os mecanismos pelos quais essas proteínas estariam associadas à demência antes que elas possam ser usadas em tratamentos para os seres humanos. “Mas elas abrem as portas para novas pesquisas que poderiam significar intervenções precoces e terapias personalizadas”, conclui.


Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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