Mudanças climáticas se associam com maior risco de morte e sequelas por AVC

Estudo revelou que mais de 500 mil mortes por AVC, em 2019, foram atribuídas a temperaturas extremas, tanto quentes quanto frias

 Publicado: 07/05/2024
Por

Logo da Rádio USP

Nesta edição da coluna Minuto do Cérebro, o professor Octávio Pontes analisa se há evidências de que as mudanças climáticas podem influenciar o risco de morte e sequelas por AVC. Segundo ele, um estudo global de 30 anos, realizado por pesquisadores da Universidade Central do Sul, na China, investigou o impacto das mudanças climáticas nas mortes e incapacidades por Acidente Vascular Cerebral (AVC) relacionadas a temperaturas extremas. Os pesquisadores coletaram dados de 204 países e territórios de 1990 a 2019, incluindo informações climáticas e de saúde. “Eles compararam as temperaturas médias com os dias mais quentes e mais frios de cada região e avaliaram a incidência, mortalidade e incapacidade funcional relacionada ao AVC no período”, ressalta.

O estudo revelou que mais de 500 mil mortes por AVC em 2019 foram atribuídas a temperaturas extremas, tanto quentes quanto frias. Além disso, afirma Pontes, foram identificados 9,4 milhões de anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) devido ao AVC relacionado a temperaturas não ideais. “As temperaturas extremas aumentaram a carga global de AVC, especialmente em populações mais velhas e em áreas com disparidades no atendimento médico. As temperaturas frias estavam associadas a mais mortes por AVC do que as temperaturas quentes. O estudo destacou que tanto o frio intenso quanto o calor extremo contribuem para o aumento do risco de AVC. As limitações incluem a falta de investigação sobre a causalidade entre as temperaturas extremas e o AVC, bem como a falta de consideração a outros fatores de risco, como hipertensão e colesterol alto”, analisa Octávio Pontes.


O minuto do Cérebro
A coluna O minuto do Cérebro, com o professor Octávio Pontes Neto, vai ao ar quinzenalmente,  terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

.


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.