Com os danos promovidos pelo governo Donald Trump e o recuo da China, as perspectivas em relação à sustentabilidade, na opinião do professor José Eli da Veiga, “não são das melhores”. Mesmo que se tenham exemplos positivos na China, como cidades que já decretaram para daqui a dois anos a proibição do uso de motores a explosão, o país não pode ser considerado como vanguarda. “Em alguns casos, fica a impressão de que os chineses estão à frente. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que houve aumento do uso do carvão como matéria-prima”, diz o colunista. “É uma situação esquisita!”.
Surge então a Europa e seu acordo verde como possível vanguarda da sustentabilidade. Mas, como alerta Eli da Veiga, “é um equívoco considerar o Green Deal como uma retomada verde”. O professor lembra que o acordo foi lançado em dezembro de 2019, antes do início da pandemia. “Portanto, não se trata de um plano que tenha vindo para uma retomada.” Já no primeiro semestre da pandemia, a Europa começou a lançar documentos específicos que buscavam dizer como as coisas aconteceriam em áreas como agricultura, biodiversidade e construção civil. Nos primeiros documentos, foi possível notar o “mecanismo de transição justa”. “Como praticamente todas as medidas ecológicas causam conflitos sociais, é preciso ter uma abordagem geral. Não há como imaginar uma boa medida ecológica que não vá colocar grupos sociais em lados distintos”, explica Eli da Veiga.
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Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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