Quilombo Academia: o perfeccionismo musical do canto ibero-ásio-afro-ameríndio de Cascatinha e Inhana

A alma na música, de Cascatinha e Inhana, venceu o racismo contra o corpo negro

 Publicado: 27/12/2024 às 8:00
Quilombo Academia - USP
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Quilombo Academia: o perfeccionismo musical do canto ibero-ásio-afro-ameríndio de Cascatinha e Inhana
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O grande sucesso da dupla formada pelo casal Cascatinha e Inhana, que estava fora da referência eurocaucasiana, constituída, ‘ao meu quase cego ver’, na imposição autoritária da representação. Tal como se apreende na lição nietzschiana da boa aparência apolínea. Por outro lado, simbolizou, a dupla sertaneja, a essência ontológica, da brasilidade do canto miscigênico, contrariando a heteronormatividade. Sendo por sua natureza, uma espécie de estética dionísica, formada na espontaneidade intuitiva, do canto negro. Isso se fez com que a força da alma superasse a tentativa de negação do corpo negro. Proibindo-o na violência do anacronismo excludente, que foi superado, nesse contexto, pela força da música ibero-ásio-afro-ameríndia, interpretada na genialidade singular do casal do negro, que foi por muitos anos o simbolismo popular, da harmônica e perfeição do canto brasileiro.


Quilombo Academia

O Quilombo Academia é transmitido as quintas-feiras, às 13 horas, com reapresentação aos domingos, às 19 horas e 30 minutos, na Rádio USP São Paulo e Ribeirão Preto, e também por streaming. As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.

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