Blog

O Legislativo da Califórnia discute dois projetos de lei que vão contra os interesses da big tech Google. Um deles prevê que as grandes empresas de tecnologia sejam taxadas e o imposto daí resultante revertido para ajudar as redações de jornais daquele Estado. O outro projeto, mais recente, propõe que parte dessa taxação seja transformada em créditos tributários para possibilitar a contratação de mais profissionais de jornalismo pelas empresas do setor, principalmente aquelas que não têm fins lucrativos. O Google, por sua vez, estaria fazendo chegar às redações e direções dos veículos jornalísticos da Califórnia e dos EUA a informação de que, se tais leis passarem, deixaria de promover iniciativas no sentido de apoiar os veículos sem fins lucrativos. Para o professor Carlos Lins da Silva, isso não passa de uma “verdadeira chantagem”.

Um outro ponto destacado pelo colunista está ligado a uma possível mudança no sistema de busca do Google, o que, para Lins da Silva, é terrível tanto para o jornalismo como para a cultura de um modo geral. “O Google controla 92% do mercado de buscas no mundo, tem 4,3 bilhões de usuários.” As buscas, segundo o que foi anunciado, não seriam mais como se convencionou fazer nas últimas décadas, dificultando aos usuários o acesso aos links dos jornais, os quais, por uma série de mudanças, não apareceriam mais no alto das páginas de respostas do Google. “O Ronaldo Lemos, que é o cientista chefe do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, fala uma outra coisa que é importante: esse novo sistema de busca vai reduzir a necessidade dos usuários clicarem em quaisquer links, visitarem páginas da internet, e não só de veículos jornalísticos”, argumenta o colunista, para quem “isso vai empobrecer brutalmente a diversidade da internet, já se fala na monocultura da internet, porque tudo o que se vai ler vai ser produzido pelo Google por meio da inteligência artificial. É uma situação realmente aflitiva, a vida tende a piorar muito”.

.