Luiz Henrique Mandetta deve ser substituído no Ministério da Saúde nos próximos dias, segundo os principais noticiários brasileiros. Caso isso de fato ocorra, Bolsonaro terá conquistado uma grande vitória sobre setores do governo, representados hoje pelo ministro, que apoiam a tese de que o isolamento social é a melhor maneira de combater o coronavírus. André Singer disseca o assunto em sua coluna desta quinta-feira.
Enquanto Mandetta, principal figura brasileira no combate à covid-19, optou por um caminho de “bom senso”, ao acatar posicionamentos mundiais acerca da pandemia, como o isolamento social para achatar a curva de disseminação, o chefe do Executivo posicionou-se contra tais medidas. Todavia, a disputa entre Bolsonaro e o ministro da Saúde não se explica somente por essa contraposição de ideias, de acordo com Singer: “Há setores moderados do governo que desenharam uma estratégia de isolar Bolsonaro dentro de seu próprio governo, e o braço de ferro com Mandetta tem a ver com isso”.
O cientista político ainda afirma que Bolsonaro não irá “parar” após demitir o ministro, já que isso faz parte do seu estilo radical de atuação política. “Por meio dessa radicalização, ele mobiliza certos setores da sociedade, levando adiante essa guerra interna ao seu próprio governo, onde há setores que o querem colocar como uma rainha da Inglaterra, e é claro que ele não quer aceitar isso”, aponta Singer sobre o conflito hoje instaurado no Estado brasileiro.
Acompanhe, pelo link acima, a íntegra da coluna Poder e Contrapoder.
Poder e Contrapoder
A coluna Poder e Contrapoder, com o professor André Singer, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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