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“A questão do X é hoje um dos assuntos mais polêmicos do jornalismo”, afirma Carlos Eduardo Lins da Silva ao refletir sobre a decisão do antigo Twitter de processar a Federação Mundial de Anunciantes pelo que considera ser um boicote ilegal. “O Elon Musk rasgou a fantasia, se tornou hoje uma personalidade comparável aos grandes barões da imprensa do final do século 19, começo do século 20, que interferem totalmente no conteúdo e que têm posições políticas muito claras”, acrescenta o colunista. E agora ele (Musk) está comprando briga com os anunciantes “e está fazendo do X, na verdade, um grande veículo jornalístico, opinativo, sem nenhum compromisso com a realidade e que resolveu abrir mão completamente da responsabilidade que o antigo Twitter tinha de coibir a publicação e a disseminação de notícias falsas”.

Isso tudo ocorre, lembra o colunista, numa época em que a indústria do jornalismo nos EUA passa por uma situação difícil – entre janeiro e julho deste ano, o número de jornalistas demitidos passou de 2.500, 10% a mais do que os demitidos no primeiro semestre do ano passado. Por outro lado, isso explica o crescimento da plataforma Substack, “que é uma experiência muito interessante de fazer com que os jornalistas consigam uma remuneração razoável pelo seu trabalho sem ter que se submeter à pressão nem às orientações ideológicas dos donos dos veículos”.

Segundo Lins da Silva, a decadência do Twitter e a ascensão do X de Elon Musk trazem um grande prejuízo para os jornalistas de um modo geral, tanto os que estão no Substack como aqueles que ainda trabalham nos veículos mais convencionais. “O Substack é uma plataforma que está tendo grande sucesso, foi fundado em 2017, dobrou o número de pessoas que fazem assinaturas lá e dobrou também o número de jornalistas que fazem mais do que US$ 1 milhão por ano com os seus assinantes, inclusive muitos jornalistas têm hoje centenas de milhares de assinantes, a maioria dos quais paga alguma coisa para ter acesso ao material que está à disposição no Substack.”

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