A maquiagem por inteligência artificial é algo mais sofisticado do que se possa imaginar. A transformação estética resultante beira à perfeição e permite alterar características faciais e obter todo tipo de retoque. Dentre os aplicativos do gênero, o facetune é um dos mais populares, segundo o professor Luli Radfahrer, mas há muitos outros que possuem os mesmos recursos. E o melhor, de acordo com o colunista, é que o resultado não fica nem um pouco artificial, o que, por outro lado, pode ser um problema, “porque fica realístico, mas não real”, uma vez que o indivíduo efetivamente não se submeteu a nenhum tipo de cirurgia plástica.
O perigo é que, vivendo unicamente no mundo do Instagram, ele passe a querer ser igual à sua imagem artificial, num processo bem conhecido pela psiquiatria, o de dismorfia corporal, que nada mais é do que a preocupação exagerada com o corpo, tão conhecida por muitas modelos, mas hoje bastante exacerbada e atingindo também os homens: 45% deles estão insatisfeitos com seu corpo; 25anos atrás, esse índice era de apenas 15%. Para o colunista, é muito importante entender que aquilo que está ali, na tela, é uma manipulação cada vez mais próxima de um desenho realista, sobretudo nos dias atuais, quando as pessoas se relacionam, muitas vezes, somente por meio desse tipo de aplicativo.
Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.
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