Trajetórias de atletas olímpicos negros mostram as formas de luta contra o racismo no esporte

Em pesquisa desenvolvida na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, pesquisador identifica e descreve as formas de luta e resistência ao racismo no esporte olímpico brasileiro

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 28/04/2022 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 25/05/2022 às 10:44
Novos Cientistas - USP
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Trajetórias de atletas olímpicos negros mostram as formas de luta contra o racismo no esporte
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Na entrevista desta quinta-feira (28) no podcast Os Novos Cientistas, o pesquisador e professor de educação física Neilton de Sousa Ferreira Júnior descreveu como desenvolveu seu estudo de doutorado na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP. A pesquisa intitulada Olimpismo negro: uma antologia das resistências ao racismo no esporte, por atletas olímpicos brasileiros foi orientada pela professora Kátia Rúbio, da Faculdade de Educação (FE) da USP, e busca identificar e oferecer uma interpretação às formas de luta e resistência ao racismo no esporte olímpico brasileiro.

Ferreira traz em seu estudo as trajetórias esportivas de quatro atletas brasileiros: Alfredo Gomes, corredor que carregou a bandeira na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Verão de 1924, em Paris, na França; Melânia Luz, velocista e primeira mulher negra a participar de uma delegação olímpica brasileira e que competiu nos 200 metros femininos nos Jogos Olímpicos de Verão de 1948, em Londres; Soraia André, judoca que participou dos Jogos Olímpicos de Verão de 1992 em Barcelona, ​​Espanha; e Diogo Silva, lutador de taekwondo campeão pan-americano em 2007 e mundial universitário em 2009.

Por intermédio das biografias, o pesquisador analisou os desdobramentos da presença negra em um sistema esportivo historicamente marcado por contradições fundamentais, dentre as quais se destaca o racismo. “Tomadas em conjunto, essas biografias negras falam de experiências sociais que, embora particulares ao campo esportivo, carregam características universais da diáspora negra”, destacou o pesquisador. Esse quadro possibilitou a construção do que se denominou antologia das resistências negras ao racismo no esporte brasileiro.

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