Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Amanda Pereira de Araujo, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, traz um apanhado geral sobre os efeitos colaterais de medicamentos devidamente prescritos. Para além de tratar os problemas de saúde, esses medicamentos podem trazer alguns prejuízos a determinados indivíduos.
Amanda conta que medicamentos receitados para dor, como o ibuprofeno, podem irritar a mucosa gástrica, levando a úlceras e sangramentos; antibióticos podem matar bactérias boas no intestino, causando diarreias ou infecções intestinais, e os opioides podem causar constipação intestinal severa.
Prejuízos ao sistema cardiovascular podem ser causados por alguns antidepressivos e antipsicóticos, enquanto anti-hipertensivos podem causar hipotensão, com tonturas e risco de quedas. Alguns medicamentos para dor e inflamação podem aumentar a pressão arterial e riscos de infarto e acidente vascular cerebral.
“O fígado é um órgão crucial para o metabolismo de muitos medicamentos, o que pode levar à hepatotoxicidade”, alerta a acadêmica. Doses elevadas de paracetamol, por exemplo, “podem causar necrose hepática aguda, levando a insuficiência hepática”; a amoxicilina-clavulanato, à hepatite medicamentosa, e as estatinas, eficientes no controle do colesterol, podem elevar as enzimas hepáticas, indicando dano hepático.
“Muitos medicamentos têm efeitos colaterais no sistema nervoso central”, continua Amanda, afirmando que benzodiazepínicos, usados para tratar ansiedade e insônia, podem causar sedação excessiva, confusão e dependência; antidepressivos e antipsicóticos, levar a tremores e rigidez muscular, enquanto remédios fortes para a dor, como morfina, levar ao abuso e dependência.
Contudo, apesar dos potenciais efeitos adversos, os medicamentos prescritos “são extremamente benéficos e muitas vezes essenciais para tratar e gerenciar uma ampla variedade de condições médicas”, garante. Podem salvar vidas, aliviar sintomas, prevenir complicações graves e melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Amanda assegura que o uso racional e monitorado dos medicamentos, aliado a uma comunicação aberta entre pacientes e profissionais de saúde, “maximiza os benefícios enquanto minimiza os riscos”.
Coordenação: Rosemeire Talamone
