O Ambiente é o Meio desta semana conversa com Marília Cristina de Oliveira Souza, pesquisadora do Laboratório de Toxicologia Analítica e de Sistemas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, que atua na área de biomonitoramento humano de poluentes ambientais.
Marília fala principalmente de seus últimos estudos sobre a ação tóxica das aminas aromáticas, substâncias liberadas dos corantes utilizados pela indústria têxtil. Essas aminas aromáticas estão presentes em alguns tipos de corantes têxteis e colocam em risco a saúde humana porque têm potencial de alterar material genético e desencadear tumores.
Essas substâncias tóxicas estão em maior concentração em tecidos de cores mais intensas, como azul, preto ou rosa. E, apesar de ainda não contarem com muita pesquisa científica, já estão confirmadas em pelo menos 22 tipos de corantes, cujas concentrações na produção têxtil encontram-se regulamentadas na União Europeia, mas não no Brasil, que conta apenas com normas de recomendação de uso pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Como os riscos à exposição dessas aminas aromáticas é maior entre a população mais vulnerável (bebês, grávidas, imunossuprimidos, entre outros), além de recomendar às autoridades brasileiras a regulamentação do setor Marília indica, para prevenção de substâncias tóxicas ao organismo, a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação. A pesquisadora cita, por exemplo, o consumo de castanhas que contêm selênio, um antioxidante natural.
Saiba mais sobre os resultados de um dos estudos da pesquisadora em entrevista do Jornal da USP: Compostos presentes em corantes têxteis são carcinogênicos e não têm regulamentação no Brasil.
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