Ambiente é o Meio desta semana conversa com a gestora ambiental e engenheira agrônoma Ana Paula de Oliveira Risante sobre a importância do Cerrado brasileiro para o controle das emissões de carbono e para a produção de alimentos. A pesquisadora descobriu, durante seu mestrado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, que o bioma possui riqueza de biodiversidade não conhecida até então. Somente na área estudada, conseguiu identificar 773 árvores de 65 espécies distintas.
Ainda como resultado de seu estudo, Ana Paula informa que a diversidade vegetal encontrada concentra no bioma uma reserva maior de carbono. Esta reserva está relacionada com a saúde do meio ambiente (em geral) e do solo (em particular), o que preocupa, garante a pesquisadora, pelo aumento em 25% do desmatamento ocorrido no local entre 2021 e 2022.
Ana Paula, que é engenheira agrônoma e defensora do setor agrícola, se diz preocupada com o desmatamento do Cerrado e acredita numa fiscalização eficiente para que a agricultura continue produzindo e alimentando a população. Segundo a agrônoma, o desmatamento provoca perda de qualidade do solo, tanto para a produção de alimentos como para a reserva do carbono.
A pesquisadora afirma que deve haver equilíbrio entre a produção agrícola e a preservação do bioma para não ocorrer perda da qualidade do solo e também da biodiversidade, responsável pela “maior eliminação de gases”.
A pesquisa de Ana Paula foi realizada entre 2013 e 2017 em uma reserva biológica de Mogi Guaçu que concentra variedades de espécies vegetais, misturando Mata Atlântica e Cerrado.
Ambiente é o Meio