Curso Comunitário Educação Física para Idosos na USP proporciona interação e cuidados com corpo e mente

A promoção da atividade física voltada especificamente a idosos na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP começou no início dos anos 1990

 23/08/2023 - Publicado há 8 meses     Atualizado: 29/08/2023 as 15:07

Texto: Redação*

Arte: Gabriela Varão**

Curso Comunitário Educação Física para Idosos, da EEFE-USP, promove também espaço de interação e socialização – Foto: Guilherme Viana

Envelhecer é muito mais que um processo biológico. A partir de determinada faixa etária, entra em jogo uma série de questões psicológicas, sociais e culturais. Considerando todos esses fatores, o Curso Comunitário Educação Física para Idosos da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP busca aliar saúde física e mental, proporcionando não apenas um programa de atividade física, mas também um espaço de interação e socialização onde se busca o cuidado com corpo e mente.

Na EEFE, a promoção da atividade física especificamente voltada a idosos deu seus primeiros passos no início dos anos 1990. Em 1993, foi criado o Programa para a Autonomia da Atividade Física (PAAF), sob a coordenação da professora Silene Okuma, hoje aposentada. Na época, o objetivo era oferecer a essa população as ferramentas necessárias para se manter fisicamente ativa de forma independente. Tratava-se de um curso de 12 meses e funcionava também como campo de pesquisa e laboratório didático, vinculado à disciplina Educação Física na Terceira Idade. Essa interface com a graduação se mantém até hoje, sendo que a disciplina é coordenada pelo professor Flávio Henrique Bastos.

Interface com a graduação se mantém na atualidade por meio da disciplina Educação Física na Terceira Idade – Foto: Paula Bassi

Criação do Curso Comunitário

O Curso Comunitário Educação Física para Idosos foi oficializado em 1999. Foi constituído como um programa contínuo que, atualmente, atende mais de 150 alunos a cada semestre. Envolvida desde o começo, a educadora Rosana A. Andreotti é responsável pela condução das aulas na parte da manhã, e Luis Antonio Cespedes Teixeira (Xaru) ministra as aulas à noite. Ela conta que alguns alunos que entraram no início do curso continuam a frequentar as aulas até hoje. Esse foi um dos fatores que motivaram a divisão das turmas entre pessoas de 60 a 79 anos e de 80 a 100 anos, de acordo com as particularidades e necessidades de cada faixa etária.

Curso foi oficializado em 1999 – Foto: Livro “Memória dos Cursos Comunitários e de Extensão da EEFE-USP”

Para ela, acompanhar essas pessoas ao longo das décadas é testemunhar a importância da atividade física para o envelhecimento saudável. “Aqueles que se mantêm ativos ao longo da vida tendem a chegar com uma capacidade funcional muito melhor na terceira idade. A atividade física atua como uma poupança para que as perdas, comuns no processo de envelhecimento, não fiquem tão acentuadas”, comenta.

No curso comunitário, as atividades têm o objetivo de proporcionar maior consciência corporal e a melhora e manutenção das capacidades aeróbia, de força, flexibilidade e coordenação. Além disso, é incentivada a prática contínua de exercícios e a interação e compartilhamento de experiências com pessoas da mesma faixa etária. Segundo a educadora, a formação de vínculos sociais entre os alunos é importante para que eles compreendam quem são no momento em que vivem.

Atividades trabalham capacidades aeróbia, de força, flexibilidade e coordenação – Foto: Guilherme Viana

Esse aspecto social é um ponto central do curso, sendo algo muito valorizado pelos participantes, que também ressaltam a qualidade das aulas ministradas, conforme depoimentos a seguir:

Benefícios para toda a vida

A ideia é que os benefícios do curso não se limitem ao horário das aulas, mas que estejam presentes nas atividades rotineiras dos alunos. Desta forma, tarefas que envolvem habilidades de locomoção, manipulação de objetos e equilíbrio podem se tornar menos desafiadoras e mais prazerosas.

“Nossa intenção é proporcionar um programa de exercícios adequado, para que os alunos consigam transferir esse conhecimento em sua rotina. Queremos que eles, a partir dessa percepção, continuem interagindo de uma maneira eficiente com o meio em que vivem, podendo aproveitar ao máximo suas oportunidades”, comenta a educadora.

A educadora Rosana A. Andreotti está envolvida com o curso desde o início – Foto: Guilherme Viana

As aulas são conduzidas com o auxílio de estagiários e sob a coordenação do professor  Flávio Henrique Bastos. O curso é promovido pela Comissão de Cultura e Extensão da EEFE-USP e as inscrições são abertas antes do início de cada semestre. Clique aqui para mais informações.

*Com informações da Seção de Relações Institucionais e Comunicação da EEFE-USP
www.eefe.usp.br/cursoscomunitariosedfisica@usp.br

**Estagiária sob supervisão de Moisés Dorado

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